Pesquisar, preservar e mais do que tudo, comunicar amplamente nossas pesquisas: um estudo de caso sobre a historiografia das brasileiras no futebol
Em III Seminário Online do Ludopédio – Mulheres e futebol: pesquisar, trabalhar, torcer e jogar
Resumo
Ao explorarmos o futebol como um tema abrangente e interdisciplinar no contexto de iniciativas relacionadas à produção e investimento na área cultural, observamos uma variedade de produtos culturais e históricos disponíveis ao público nos últimos anos (filmes, documentários, exposições, livros etc.). Esses produtos têm abordado a diversidade de corpos e subjetividades associadas ao futebol a partir de pesquisas acadêmicas produzidas no Brasil. Eles foram responsáveis por expandir o espectro de imagens e narrativas para além do futebol de alto rendimento, dos clubes mais renomados e da seleção nacional masculina. Essas novas formas de abordar o futebol passaram a incorporar outros protagonistas e aspectos cotidianos nos contextos profissional e de lazer. Esses exemplos ilustram como as pesquisas, quando comunicadas de maneira eficaz, conferem um sentido prático e visual à ideia de pluralidade defendida por Damo (2007) em relação aos diversos futebóis, ressignificando expressões e imagens futebolísticas hegemônicas no presente. Um aspecto destacado dentro desse esforço democrático consiste na abordagem da História do Futebol por meio do reconhecimento histórico e visual da presença e protagonismo das mulheres na narrativa esportiva brasileira. Essa abordagem emerge de pesquisas realizadas tanto no âmbito acadêmico quanto por instituições dedicadas à preservação da memória esportiva. Esse movimento conjunto se empenha em ampliar a visibilidade de temáticas provocativas, que desafiam as diversas assimetrias na representação do passado. Historicamente, essas assimetrias limitaram o acesso de determinados grupos populacionais a práticas culturais e esportivas no Brasil, sobretudo no caso das mulheres (BONFIM, 2019).