Resumo

Esta dissertação é oriunda das inquietações empíricas vividas no processo de escolarização desde a infância, com ênfase nas estratégias de ensino centrada no(a) professor(a), e aprendizagem focada no(a) estudante. O interior da escola, local que factualmente pulsam as situações reais da prática docente, requer a conscientização de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção com situações que se constroem nas/das situações vividas cotidianamente. O objetivo é descrever as implicações do planejamento participativo como estratégia de ensino e aprendizagem na perspectiva da docente e de estudantes do quarto ano do ensino fundamental. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, com a metodologia da pesquisa participante, foi realizada em uma escola pública na cidade de Suzano-SP. Os instrumentos utilizados para a coleta e análise dos dados foram o diário de bordo e os grupos focais. E com a premissa de um trabalho colaborativo e democrático entre professora/pesquisadora e estudantes na escolha e organização dos conteúdos/temas, foi proposta a estratégia do planejamento participativo. No decorrer do processo de construção do planejamento participativo, o grupo que tratou do tema esporte elegeu o futebol americano. Nesse contexto dialógico surgiu o flagbol (uma variação do futebol americano) como bloco temático a ser estudado. A sequência didática com o flagbol foi organizada com os Quatro Blocos de Conteúdos Temáticos. A especificidade da Educação Física escolar está na convergência, na integração e na interrelação dos blocos de conteúdos temáticos com as dinâmicas da cultura, movimento, corpo e ambiente. Trata-se de uma proposta flexível, não se constituindo como única possibilidade, intencionalmente, para que cada professor e professora junto com sua turma possam construir outras propostas. O planejamento participativo como estratégia tratou de uma realidade concreta possibilitando a corresponsabilidade dos autores e autoras no processo de ensinar e aprender e a valorização de seus saberes horizontalmente dialogados, rompendo com a lógica tradicionalmente atribuída na escola aos estudantes (como aqueles que aprendem) e professores(as) (os que ensinam).

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