Resumo

Alcançar os objetivos dentro de uma empresa requer um planejamento sobre aquilo que se deseja atingir. Em um clube de futebol não é diferente. Os clubes de futebol brasileiros são instituições que, embora o volume financeiro circulante seja grande, geralmente são estruturas deficitárias e ineficientes. As dívidas dos principais 12 clubes brasileiros ultrapassaram R$ 5 bilhões em 2014, embora a audiência e as receitas tenham crescido muito acima do PIB. Este artigo tem como objetivo principal propor um modelo de planejamento estratégico para a gestão de clubes de futebol a partir da atual percepção dos principias atores (atletas, dirigentes, conselheiros, jornalistas, executivos etc.) do mundo do futebol e dos casos de sucesso como “benchmark” apresentados pela literatura. Buscou-se ainda como objetivos específicos identificar os principais pilares estratégicos para nortear esse propósito. O design da pesquisa teve duas fases: a primeira, qualitativa, em que se entrevistaram 4 executivos de futebol, e uma segunda fase, quantitativa, em que se aplicaram 203 questionários aos 06 diferentes grupos amostrais classificados por suas funções: atletas, sócios, executivos, conselheiros/dirigentes, comissão técnica e jornalistas. O survey não mostrou diferenças significativas entre os grupos em relação à importância do planejamento estratégico, com exceção do grupo conselheiros, que mostrou divergências nas respostas relativas à governança nos clubes. Os dados sugerem que a transição da estrutura organizacional tradicional para uma estrutura de clube-empresa ainda sofre barreiras impostas pela vaidade ou incapacidade de seus dirigentes e pela cultura imediatista por resultados.

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