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Olá, espero que vocês estejam bem.

O tema de nosso podcast de hoje é “panejar é necessário”

Já há algum tempo tenho dito que o tema “gestão do lazer” é o “primo pobre” dentro do campo dos estudos do lazer no Brasil.

Não é incomum os congressos específicos no campo do lazer no Brasil, como por exemplo, o IV Congresso Brasileiro de Estudos do Lazer, que ocorrerá de 30 de junho a 03 de julho próximos, entre as 11 áreas temáticas do seu programa, não conter, mais explicitamente, a gestão do lazer.

Creio que já falei aqui que quando pesquisamos no Diretório de Pesquisa do CNPq, ao buscarmos o temo “lazer”, encontramos 278 registros, no entanto, ao associarmos o termo “gestão” ao termo lazer, na mesma base de dados, encontraremos tão somente oito registros.

O mesmo fenômeno parece ocorrer nas universidades brasileiras que mantem cursos de pós-graduação lato-sensu, ou seja, mestrado e doutorado, nos quais a área da gestão não é estimulada no campo do lazer

Certamente que temos publicações importantes nessa área no Brasil, especialmente aquelas dedicadas ao setor público, mas quando queremos abordar a gestão de instituições do terceiro setor ou mesmo privadas, são raros os estudos.

Essa realidade nos fez trazer o Professor John Tower, da Universidade de Victória, Austrália, para participar do Dia Mundial do Lazer. Ele é corresponsável pelo Grupo de Interesse Especial em Gestão do Lazer da Organização Mundial do Lazer, e fez uma palestra sobre o lançamento do seu mais recente livro em coautoria, versando sobre Planejamento em Lazer e Recreação Comunitário, recém lançado pela editora Taylor & Francis.

Vale a pena trazer aqui alguns pontos principais de sua apresentação, dada a sua singeleza e a sua essencialidade.

Por exemplo, os três aspectos principais a serem observados no processo de planejamento dentro do lazer, devem ser os programas, as instalações e os serviços que prestam ou ainda o conceito de um modelo de planejamento nessa área, ou seja, "um processo através do qual recursos comunitários, informações, atitudes, valores e necessidades são revistos e avaliados por e com a comunidade, exigindo uma abordagem contínua para identificar uma série de ações projetadas para alcançar um resultado melhor para a comunidade do que teria sido alcançado se nenhuma iniciativa de planejamento fosse realizada."

Dr. Tower foi além, propondo os cinco elementos desse modelo de planejamento, ao sugerir (1) uma fase de pré-planejamento, quando é definido o contexto, todo processo de planejamento e o estabelecimento de metas, objetivos e princípios; (2) o  planejamento de pesquisa, visando  explorar uma ampla gama de questões relacionadas ao lazer, com o objetivo de fornecer evidências confiáveis para orientar as decisões de planejamento; (3) a elaboração do plano, determinando  as questões e conteúdos que precisam ser incluídos no plano de provisão de oportunidades de lazer; (4) a  implementação, monitoramento e avaliação do plano, através de indicadores de desempenho monitorados e a avaliação contínua e, finalmente (5) o engajamento com todos os stakeholders de um programa de lazer, equipamentos e toda a prestação de serviços. O valor desse engajamento é particularmente importante durante todo o processo de planejamento de lazer, garantindo que o mesmo seja realizado "por e com a comunidade".

Como observamos, são ensinamentos básicos e necessários para todo e qualquer gestor de lazer que, infelizmente, na maioria das vezes, ainda não se encontram sistematizados, aplicados e avaliados de forma contínua.

Certamente voltaremos a falar sobre este tema em futuro breve.

Eu sou Professor Bramante e espero reencontrá-los na semana que vem com um novo podcast.

14- Planejar é Necessário

Segundo Professor John Tower há três aspectos principais a serem observados no processo de planejamento dentro do lazer: os programas, as instalações e os serviços prestados. Planejar é um processo através do qual recursos comunitários, informações, atitudes, valores e necessidades são revistos e avaliados por e com a comunidade, exigindo uma abordagem contínua para identificar uma série de ações projetadas para alcançar um resultado melhor para a comunidade do que teria sido alcançado se nenhuma iniciativa de planejamento fosse realizada

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