Podcast do Prof. Bramante #35. Paulo Freire e Eu
Integra
A você que me ouve neste momento, tenha um ótimo dia!
Estava com o podcast desta semana pronto para gravação quando um conjunto de coincidências, ou melhor, “sincronias”, como tão bem argumenta o competente Professor Mestre Carlos Eduardo Xavier, começaram a ocorrer.
Primeiro, exatamente na aula de quarta-feira do Professor Xavier, no curso “Pensamento Sistêmico e Espiritualidade II”, que faço semanalmente com mais vinte “meninas” muito inteligentes (sou o único “varão” da classe), o qual já tive a oportunidade de mencionar por aqui. Ele trouxe para reflexão as obras de dois destacados pensadores de nosso tempo, que completam seu centenário de nascimento neste mês: Dom Paulo Evaristo Arns, no dia 14 e Paulo Freire, no dia 19.
Durante a aula, tive a oportunidade de compartilhar pelo menos duas experiências concretas que eu tive com Paulo Freire e uma terceira, que veio depois à minha lembrança,
Enquanto fazia o doutorado, ao amadurecer o tema de minha tese, que trataria da possível implantação de um curso de graduação em Recreação e Lazer no Brasil, meu orientador achou por bem indicar, como área secundária, o Departamento de Educação Superior, para realizar vários componentes curriculares. Lembro-me bem do Professor Hans Flexner, com formação na Universidade de Columbia, ter desenvolvido dois cursos ligados a Desenvolvimento Curricular em Educação Superior e Desenho Curricular e Avaliação na Educação Superior. Numa das aulas ele começou a dissertar sobre uma obra de Paulo Freire – Ação Cultural e Conscientização – certamente em inglês, e indagou-me até que ponto eu conhecia a sua obra, segundo ele, um dos principais educadores contemporâneos. Para a minha vergonha, justificada pela minha deficiente formação nesse campo, fui ler parte de sua obra em inglês mais tarde.
Dez anos depois, em 1994, numa transição de secretário da Criança e Adolescente para a de Educação e Cultura de Sorocaba, sempre preocupado (e ocupado) na qualificação dos colaboradores da rede municipal, trouxemos Paulo Freire a cidade, através do Professor Aldo Vannucchi, que trabalhou com Paulo Freire durante o exílio de ambos em Genebra.
Em mais uma “sincronia”, Professor Xavier trouxe sábado passado um documento até aqui minha casa, que tratava, nada mais, nada menos, do que uma cópia degravada, na íntegra, da palestra mencionada, feita pela diligente e competente Professora Doutora Sônia Chébel Mercado Sparti, amiga de décadas, que esteve presente nas seis vezes que o emérito educador esteve em nossa cidade. Nessa ocasião, em específico, Paulo Freire tratou do tema Cidadania e Educação, com reflexões profundas no agir das pessoas. Guardo com zelo e carinho pelo menos uma dezena de seus livros autografados na ocasião.
A terceira incursão nos trabalhos de Paulo Freire foi quando minha primeira orientanda de mestrado, Professora, hoje doutora, Leila Mirtes de Magalhães Pinto, fez um curso com o mesmo, que também, na época, foi docente na Unicamp. Essa experiência muito influenciou seu trabalho de dissertação com o título “A recreação/lazer e a educação física: a manobra da autenticidade do jogo”. Em podcast recente com a Professora Ângela Bretas, Leila explicitou como eram suas aulas com o grande mestre.
Para encerrar as coincidências, digo, sincronias, Mais uma vez, Professor Xavier fez do seu programa veiculado em várias plataformas denominado “Xá com Xis”, sobre Paulo Freire. Finalmente, a TV Cultura produziu um documentário sobre seu legado à educação brasileira e mundial, já disponível na internet.
Mas, a “gota d’água” foi quando abri o Google neste domingo para acessar um streaming de músicas: no primeiro, lá estava estampada a face de Paulo Freire no logo do buscador e ao abrir uma música, aleatoriamente, veio “Prá não dizer que não falei das flores (Caminhar), com Geraldo Vandré.
Definitivamente mudei o rumo do meu podcast desta semana.
Esta foi uma maneira singela de recordar e homenagear esse que é o nosso Patrono da Educação.
Eu sou Professor Bramante e até o próximo podcast.
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