Integra

Bom dia a todas e a todos que me ouvem neste momento.

O tema do podcast de hoje é “Largue o Osso!”.

A inspiração para fazer este podcast veio na noite de domingo passado.

Tornou-se um hábito listar o que eu preciso fazer durante a semana, desde as tarefas e compromissos mais simples, até aqueles mais complexos, para que eu possa dimensionar o tempo e a prioridade que devo dedicar a cada um deles.

Quando listei doze tópicos diferentes, veio à minha cabeça dois pensamentos: primeiro a dificuldade que muitos que estudam lazer tem para vivenciar o lazer. Zeza, minha esposa, inclusive, já me “ameaçou” de denunciar-me ao PROCON, como, se as vezes, eu representaria uma “propaganda enganosa”! Em segundo lugar, especialmente nestes tempos de pandemia, cresceram aos meus compromissos, sendo 80% deles constituídos de serviços voluntários e gerados por mim!

Felizmente, percebo que ainda tenho muito vigor aos 7.2 anos de idade que, associado ao feedback positivo que recebo pelo cumprimento de inúmeras obrigações a que eu me imponho ao longo do tempo, fico feliz, especialmente quando argumentam “isso vai fazer muito bem para você manter o seu cérebro vivo!”

Uma pergunta aos que me ouvem: já aconteceu com você, em algum momento, aquela sensação de que “agora eu devo desacelerar”? Se não aconteceu, não precisa ter pressa pois logo ela chegará.

Fui ver no Dr. Google o significado de “largar o osso” e lá encontrei “dizer relativo a abrir mão de alguma coisa muito boa ou de que gosta muito”, ou ainda “largar o osso, se trata de abrir mão de alguma coisa, não necessariamente dos laços afetivos, mas sim do que esses laços proporcionavam, como "prestigio social e status". Pessoas assim, muito apegadas a esse tipo de coisa, é comparada a um "cão que não larga o osso", ou seja, muitas vezes não se contenta em viver sua própria vida e quer viver a vida dos outros também.

Sinceramente (pelo menos, conscientemente), não me alinho muito a esse perfil. Por exemplo, nesta pandemia, abri mão do meu carro que tanto gostava (um Fusca preto!) e minha moto Burgman 400, de 2005, com 15 mil quilômetros tão somente. Também nessa pandemia, pude sentir certo desconforto ao passar pelo meu guarda-roupa e começar a doar mais, além de dois pares de sapatos que, de tão pouco uso, os solados endureceram e partiram...

Por que precisamos acumular tantos objetos?

Na minha infância, como muitas crianças e adolescente, colecionei carteira de cigarro, caixinha de fósforos, latinhas de cerveja, moedas, figurinhas, etc. Mais tarde, foi com canetas e relógios e assim vai.

Vamos mais a fundo nesse tema: por quê precisamos comprar uma casa para morar ou mesmo um carro para se deslocar, se tudo que eu preciso é ter um teto para viver, que pode ser alugado ou mesmo usar o UBER, ou outra plataforma para auxiliar na minha locomoção?

É interessante verificar alguns valores da geração dos meus pais e compará-los com os dos meus filhos, refletindo se eles querem adotá-los, como comprar uma casa, ter um carro (meus pais, por exemplo, nunca puderam ter um...). Nessa linha de pensamento, era muito comum desejar “ter sempre o modelo mais novo”.

Um amigo meu que tem autoescola me confidenciou que as novas gerações não pensam muito sobre tirar uma carteira de habilitação, enquanto que esse era um sonho de praticamente todos em minha época da juventude.

Creio que semelhante sentimento ocorre conosco, especialmente pessoas da terceira idade: quando desacelerar, quando “largar o osso”? Ou seja, qual é o melhor momento para cessar alguns compromissos que ao longo do tempo nos impomos.

Você já teve essa sensação ou pelo menos pensou nisso?

Pois bem, para concluir, ao perceber que consegui cumprir os doze pontos de minha agenda, a promessa de mudanças ficou só na promessa e acabo de fazer uma nova lista de compromissos, infelizmente, desta vez, com quinze itens!

Eu sou Professor Bramante e até o próximo podcast.

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