Resumo

A constituição do campo científico no Brasil, a partir de 1950, foi determinante para a criação de Aparelhos Ideológicos de Estado responsáveis por elaborar e implementar Política Públicas de Ciência e Tecnologia. O Estado, buscando criar as estruturas fundantes para o desenvolvimento da nação, assume a ciência como campo estratégico para mostrar o potencial socioeconômico do país. Esse ideal de ciência e desenvolvimento que o Brasil materializou em suas políticas para o setor recebeu forte influência do processo de institucionalização da ciência nos Estados Unidos. Nessa nova relação com a ciência, o Estado passa a ser o principal financiador da pesquisa básica e, a Universidade, o lugar social para sua realização. Diante desse cenário, o objetivo do estudo é compreender o processo de constituição do campo científico da Educação Física brasileira a partir do contexto político, científico e educacional estabelecido a partir das relações político-ideológicas entre o Brasil e os Estados Unidos. Utilizamos como fontes documentais os Acordos MEC-USAID, que estão sendo analisados a partir dos princípios teórico-metodológicos da Análise do Discurso e da Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu. As análises iniciais apontam para uma desestruturação da ideia hegemônica na área de que a constituição do campo científico da Educação Física ocorreu a partir da influência do movimento disciplinar da Educação Física norte-americana “deflagradas” por Henry (1964). Nesse sentido, acreditamos que esse ideal foi instituído sem uma reflexão do contexto histórico, sem uma análise mais apropriada do que estava na base ideológica desse movimento.

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