Resumo

Resumo: Este artigo analisa os discursos produzidos ultimamente por educadores brasileiros preocupados com o tema das relações entre educação, disciplina e transformação social. Indica a existência de dois modelos interpretativos que balizam tais discursos e levanta a hipótese de que o equacionamento do tema nos termos desses dois modelos produziria: a desqualificação e a deslegitimação dos procedimentos ordenacionais indispensáveis, seja à ação humana em geral, seja à ação educativa em particular, tendência à anatematização do exercício de qualquer poder ou autoridade, hipertrofia da soberania do eu e das vontades evanescentes do indivíduo e sacralização dos atos espontâneos privados. Tais discursos vêm inspirando práticas educacionais cujos resultados são antagônicos aos explicitamente almejados por esses educadores: educação falhada, aparentemente aberta e democrática, supostamente indutora de transformação social e do posicionamento crítico, mas, na realidade, alienante, conservadora e inibidora de um espírito moderno de cidadania. Palavras-chave: Autoridade, educação, espontaneidade, disciplina, poder, transformação social.