Prática de Atividade Física e Comportamento Sedentário em Adolescentes: Relação com o índice de Massa Corporal

Introdução: A prática regular de atividade física está associada com numerosos benefícios à saúde física e mental em adolescentes. Cabe notar, todavia, que uma considerável parcela da população jovem é insuficientemente ativa, tornando-a, por conseguinte, predisposta ao surgimento precoce de diversas doenças crônico degenerativas. O índice de massa corporal (IMC) parece ser um fator determinante da prática regular de atividade física em adolescentes; porém, até o momento, pouco é conhecido sobre a associação entre IMC e comportamento sedentário nesta população. Objetivo: Examinar a relação entre IMC, prática de atividade física, e comportamento sedentário em adolescentes. Métodos: Participaram do estudo 100 adolescentes (48 meninas, idade média = 12,8 ± 0,8 anos, IMC médio = 19,6 ± 7,4 kg.m-2), recrutados por conveniência, estudantes da rede pública de ensino médio da cidade de Loanda (PR). Cada participante preencheu a versão curta, em formato impresso, de um questionário de atividade física (International Physical Activity Questionnaire). Atividade física moderada, atividade física vigorosa, e atividade física moderada-vigorosa foram determinados. Cada participante preencheu ainda um questionário de comportamento sedentário (Adolescent Sedentary Activity Questionnaire). Ambos instrumentos de medida são validados em adolescentes, e foram aplicados em um único momento, individualmente para cada participante e por um mesmo avaliador. O tratamento estatístico dos dados foi realizado utilizando cálculos de média e desvio-padrão e, na sequência, para determinar o grau de correlação entre IMC, domínios de atividade física, e hábitos sedentários na população estudada, realizou-se testes de correlação produto-momento de Pearson, adotando-se um nível de significância α inferior a 5% (P<0.05). Resultados: A quantidade semanal de atividade física moderada foi similar em meninos e meninas (488 ± 804 min/sem vs 322 ± 764 min/sem, respectivamente; t99 = 1,06, P>0,05). Cabe ressaltar, todavia, que a quantidade semanal de atividade física vigorosa foi significativamente maior em meninos em comparação com meninas (469 ± 634 min/sem vs 114 ± 237 min/sem; t99 = 3,65, P<0,05). A quantidade semanal total de atividade física, por conseguinte, foi significativamente maior em meninos em comparação com meninas (1306 ± 1212 min/sem vs 668 ± 907 min/sem; t99 = 2,97, P<0,05). A quantidade semanal de hábitos sedentários, por sua vez, foi similar entre meninos e meninas (4224 ± 2793 min/sem vs 4098 ± 2509 min/sem; t98 = 0,23, P>0,05). Por fim, IMC não foi significativamente correlacionado com nenhum domínio da atividade física ou hábito sedentário (r = 045 – 0.93, P>0.05). Conclusão: A prática de atividade física e comportamento sedentário parece ser pouco relacionado com IMC. Cabe notar, todavia, que a quantidade semanal de atividade física é menor em meninas em comparação com meninos, reforçando assim a necessidade da promoção da saúde através do estímulo à prática de atividade física e minimização de comportamentos sedentários em adolescentes do sexo feminino.

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