Prática de atividade física entre adolescentes residentes em área urbana e rural do estado de pernambuco
Por Caroline Ramos de Moura Silva (Autor), Rossana Arruda Borges Dupont (Autor), Maria Deisyelle Sibaldina da Silva Almeida (Autor), Mauro Virgílio Gomes de Barros (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
: Apesar do reconhecimento de que a atividade física está associada à saúde física e mental na adolescência, a prevalência de exposição a baixos níveis de atividade física continua elevada. Alguns fatores parecem estar associados a níveis insuficientes de atividade física, mas há poucos estudos comparativos entre adolescentes que vivem em áreas urbanas e rurais. A identificação de eventuais diferenças pode subsidiar o planejamento e maximizar a efetividade de intervenções direcionadas aos grupos mais vulneráveis. OBJETIVO: Comparar a prática de atividade física entre adolescentes residentes em áreas urbanas e rurais do estado de Pernambuco. MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal realizado a partir dos dados do Projeto Atitude 2022. A população-alvo foi constituída por adolescentes, com idades entre 14 e 19 anos, matriculados em escolas de ensino médio da rede pública estadual em Pernambuco. Dados demográficos e sobre a prática de atividade física foram autorreferidos mediante aplicação do Global Schoolbased Health Survey. Para a realização das análises, utilizou-se o programa STATA, empregando-se procedimentos de estatística descritiva (distribuição de frequências) e análises bivariáveis (Qui-quadrado). Para as análises de associação entre o local de residência (urbana/rural) e a prática de atividade física (insuficientemente ativo/ativo), utilizou-se regressão logística binária com controle para potenciais fatores de confusão. O nível de significância adotado foi de 5%. RESULTADOS: A amostra foi composta por 4.514 adolescentes, sendo 54,6% do sexo feminino, 50,8% com idade de 14 a 16 anos, 75% referiram cor da pele não branca, 76% residem em áreas urbanas e 73,6% foram classificados como insuficientemente ativos. Na análise bivariada, verificou-se que a prevalência de adolescentes insuficientemente ativos foi maior entre aqueles residentes em áreas rurais (77,7%) em comparação ao observado em áreas urbanas (72,3%) (p<0,001). As análises multivariáveis apontaram que os adolescentes residentes em áreas rurais têm maior chance de apresentar nível insuficiente de atividade física (OR=1,33; IC95%:1,13-1,56), mesmo após controle para potenciais fatores de confusão (OR=1,38; IC95%:1,15-1,66). CONCLUSÃO: A proporção de adolescentes insuficientemente ativos é maior em adolescentes residentes em áreas rurais. Em parte, esses achados podem ser decorrentes da medida empregada no estudo que não abrange o domínio das atividades físicas no trabalho.