Resumo

Pessoas com deficiência visual, em geral, apresentam atrasos em seu desenvolvimento motor e, consequentemente, impactos negativos em algumas capacidades motoras como o equilíbrio corporal, o que as torna mais suscetíveis a sofrerem quedas. A prática regular de atividade física é vista como uma boa estratégia para melhorar o equilíbrio e controle postural. OBJETIVO: Verificar a relação entre a prática de atividade física (AF), qualidade de vida (QV) e risco de quedas em adultos com deficiência visual (DV). MÉTODOS: Vinte adultos (6 mulheres e 14 homens), com DV congênita ou adquirida e idades entre 20 e 50 anos (36,55 + 10,27). Foi aplicada uma anamnese com dados demográficos, informações sobre a deficiência e possíveis quedas nos últimos 12 meses. Também foram utilizados os questionários: NEI-VFQ (impacto da perda visual na QV), Baecke (prática de AF nos últimos 12 meses) e FES-I (risco de quedas). Foi utilizada estatística descritiva, teste de correlação de Spearman e análise de variância. RESULTADOS: As mulheres apresentaram menores médias nos domínios Saúde geral e visão (p=0,05) e Reações aos problemas de visão (p=0,02) - (NEI-VFQ) e no domínio Esporte/exercício físico (Baecke). Na comparação por classificação da deficiência, os indivíduos com cegueira apresentaram menor valor no domínio Dificuldades com as atividades (p=0,00) do que aqueles com baixa visão. Ainda, os indivíduos com DV adquirida apresentaram menores valores nas variáveis saúde geral e visão (p=0,05) (NEI-VFQ), e no domínio atividades de esporte/exercício (p=0,02) (Baecke). Foram verificadas correlações negativas entre a idade e Dificuldades nas atividades (r= -0,549 e p=0,01); idade e Reações aos problemas de visão (r= -0,511 e p=0,02); Saúde geral e visão e a FES-I (r=0,536 e p=0,015); reações aos problemas de visão e a FES-I (r=0,605 e p=0,00); idade e atividades esporte/exercício (r= -0,696 e p=0,00); idade e Atividade de lazer e locomoção (r= -0,542 e p=0,14) e idade e resultado total do Baecke (r= -0,452 e p=0,45). CONCLUSÃO: O nível de AF e a percepção de qualidade de vida mostraram-se inferiores entre as mulheres. Quanto maior a idade, piores foram os níveis de atividade física e qualidade de vida. Embora não tenha sido vista relação significativa do medo de sofrer quedas com a prática de AF, a melhor QV apresentou relação direta com o menor medo de cair.

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