Prática de atividade física habitual, qualidade de vida e risco de quedas em adultos com deficiência visual
Por Aryelle Malheiros Caruzzo (Autor), Cláudia Godoy (Autor), Marcio Rafael da Silva (Autor), Gabriel Renaldo (Autor), Edson Siqueira Junior (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Pessoas com deficiência visual, em geral, apresentam atrasos em seu desenvolvimento motor e, consequentemente, impactos negativos em algumas capacidades motoras como o equilíbrio corporal, o que as torna mais suscetíveis a sofrerem quedas. A prática regular de atividade física é vista como uma boa estratégia para melhorar o equilíbrio e controle postural. OBJETIVO: Verificar a relação entre a prática de atividade física (AF), qualidade de vida (QV) e risco de quedas em adultos com deficiência visual (DV). MÉTODOS: Vinte adultos (6 mulheres e 14 homens), com DV congênita ou adquirida e idades entre 20 e 50 anos (36,55 + 10,27). Foi aplicada uma anamnese com dados demográficos, informações sobre a deficiência e possíveis quedas nos últimos 12 meses. Também foram utilizados os questionários: NEI-VFQ (impacto da perda visual na QV), Baecke (prática de AF nos últimos 12 meses) e FES-I (risco de quedas). Foi utilizada estatística descritiva, teste de correlação de Spearman e análise de variância. RESULTADOS: As mulheres apresentaram menores médias nos domínios Saúde geral e visão (p=0,05) e Reações aos problemas de visão (p=0,02) - (NEI-VFQ) e no domínio Esporte/exercício físico (Baecke). Na comparação por classificação da deficiência, os indivíduos com cegueira apresentaram menor valor no domínio Dificuldades com as atividades (p=0,00) do que aqueles com baixa visão. Ainda, os indivíduos com DV adquirida apresentaram menores valores nas variáveis saúde geral e visão (p=0,05) (NEI-VFQ), e no domínio atividades de esporte/exercício (p=0,02) (Baecke). Foram verificadas correlações negativas entre a idade e Dificuldades nas atividades (r= -0,549 e p=0,01); idade e Reações aos problemas de visão (r= -0,511 e p=0,02); Saúde geral e visão e a FES-I (r=0,536 e p=0,015); reações aos problemas de visão e a FES-I (r=0,605 e p=0,00); idade e atividades esporte/exercício (r= -0,696 e p=0,00); idade e Atividade de lazer e locomoção (r= -0,542 e p=0,14) e idade e resultado total do Baecke (r= -0,452 e p=0,45). CONCLUSÃO: O nível de AF e a percepção de qualidade de vida mostraram-se inferiores entre as mulheres. Quanto maior a idade, piores foram os níveis de atividade física e qualidade de vida. Embora não tenha sido vista relação significativa do medo de sofrer quedas com a prática de AF, a melhor QV apresentou relação direta com o menor medo de cair.