Prática de Atividade Física Orientada: Diferenças nas habilidades motoras de crianças entre os 24 e 36 meses
Por Miguel Rebelo (Autor), Pedro Duarte-Mendes (Autor), André Ramalho (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
De acordo com a bibliografia, a prática de atividade física é uma questão de educação e, assim, a escola e as creches são apontadas como um dos locais de eleição para desenvolver estratégias de promoção de atividade física e deste modo potenciar a que as suas capacidades e habilidades motoras se possam desenvolver. Face a esta problemática e já que é nas creches e jardins-deinfância que as crianças passam a maioria do seu tempo, torna-se fundamental que se criem e ofereçam às crianças oportunidades para a sua prática de atividade física, sejam elas através de explorações dos espaços ou através de uma prática de atividade física supervisionada e/ou orientada. Torna-se assim pertinente, saber se as crianças que têm aulas de atividade física e/ou de expressão físico-motora nos primeiros meses de vida, apresentam melhores resultados nas habilidades motoras e se esses se esses resultados podem ou não comprometer os processos de desenvolvimento das respetivas crianças, criando desigualdades dentro dos respetivos grupos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar se existiam diferenças ao nível do desenvolvimento das habilidades motoras (globais e finas) comparando as crianças que têm atividade física orientada das crianças que não têm. Metodologia: Neste estudo participaram 405 crianças de ambos os géneros (29,64 ± 8,83 meses). Foram criados dois grupos: o grupo que tem atividade física orientada, constituído por 190 crianças (33,96 ± 6,99 meses) e o grupo que não tem atividade física orientada, constituído por 215 crianças (25,83 ± 8,54 meses). As habilidades motoras foram avaliadas utilizando as escalas da bateria de teste PDMS-2. Para a análise dos dados utilizámos a estatística descritiva e inferencial. Foi aplicado o teste Kolmogorov-Smirnov e o teste Mann-Whitney. Foi também realizado o método de inferências baseadas na magnitude dos efeitos. Resultados: Os resultados obtidos referem que o grupo que realiza atividade física alcançou, em média, melhores resultados nas habilidades motoras, ao nível Postural, Locomotor, de Manipulação fina e de Integração Visuo-Motora. Conclusão: Estes resultados comprovam que estas aulas de atividade física na creche são um momento privilegiado para estimular as habilidades motoras fundamentais nesta faixa etária.