Resumo

Evidências em saúde pública têm demonstrado que a atividade física (AF) e a aptidão física na infância e adolescência podem se relacionar a desfechos de saúde nessas fases da vida, bem como durante a fase adulta. Nesse sentido, a prática de esportes é uma modalidade de AF que vem recebendo grande atenção da comunidade científica, pois aparentemente pode ser mantida de idades precoces até a idade adulta, com destaque para as fases de transição ao longo da vida. OBJETIVO: Verificar a relação entre a prática de esportes na infância e indicadores da aptidão cardiorrespiratória na adolescência. MÉTODOS: Participaram do estudo 530 adolescentes, sendo 261 rapazes (11,9 ± 0,8 anos; 46,8 ± 12,7 kg; 151,4 ± 9,4 cm) e 269 moças (11,8 ± 0,7 anos; 47,3 ± 13,0 kg; 152,4 ± 7,5 cm), matriculados no 6º ano do Ensino Fundamental II, de sete escolas Estaduais, contemplando as cinco regiões do Município de Londrina, Paraná. A prática de esportes na infância (PEI) foi obtida por um instrumento retrospectivo que contemplou a seguinte questão: "Fora da escola, você se envolveu em quaisquer atividades esportivas organizadas e supervisionadas por pelo menos um ano, durante o tempo que você tinha entre 7-10 anos de idade?‖ Modalidades, tais como dança, lutas, ginástica, treinamento com pesos ou outros exercícios organizados e supervisionados também foram incluídos. As respostas deveriam ser ―sim‖ ou ―não‖, o que gerou o grupo dicotômico para análise. Como indicador da ACR, os participantes realizaram o teste de campo shuttle run de 20 metros (Léger et al, 1988) e, posteriormente foi calculado o consumo de oxigênio de pico relativo (VO2pico - ml/kg/min) utilizando-se a equação proposta por Mahar et al. (2006). Para as análises foi utilizado o teste U Mann-Whitney (p < 0,05). RESULTADOS: A frequência de jovens que relataram ter praticado esportes na infância foi de 38% para os rapazes e 26% para as moças. Não foi verificada diferença significativa entre os valores de VO2pico (52,9 ± 5,3 vs. 51,6 ± 5,9; p = 0,083) e distância percorrida (m) no teste de corrida (769,7 ± 333,3 vs. 694,2 ± 349,5; p = 0,086) para os rapazes e para as moças respectivamente para VO2pico (43,9 ± 4,9 vs. 44,1 ± 4,4; p = 0,689) e distância percorrida (500,2 ± 252,5 vs. 491,6 ± 228,5; p = 0,932) entre praticantes e não praticantes de esportes na infância. CONCLUSÃO: A prática de esportes realizada no período da infância não foi capaz de ocasionar modificações nos indicadores da ACR dessa amostra específica de adolescentes.

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