Resumo

Atualmente, a única prática abrangente baseada em evidências científicas comprovadamente eficaz no atendimento de pessoas com o transtorno do espectro do autismo (TEA) é análise do comportamento aplicada (ABA). Ainda segundo o The National Clearinghouse on Autism Evidence and Practice (NCAEP, 2020), das 28 práticas focais com evidência no atendimento do TEA, 24 delas são baseadas nos princípios analítico-comportamentais. No Brasil, com o avanço das pesquisas que sinalizam a eficácia destas práticas ABA no atendimento ao TEA, tem havido crescente oferta na quantidade de cursos técnicos e de formação para estudantes e profissionais voltados a atuação sob esta perspectiva científica, crescente ampliação de clínicas e instituições que adotam a ABA como referência de tratamento do TEA. Ademais, tem havido interesse por profissionais das variadas formações acadêmicas além da psicologia, especialmente da fonoaudiologia, terapia ocupacional, pedagogia e educação física, em engajar-se em formações em ABA a fim de compor a equipe terapêutica inter e transdisciplinar. Considerando as evidências sinalizam a necessidade de intervenções precoces e intensivas ao TEA, com duração entre 20 e 40 horas semanais, a equipe terapêutica tem sido ampliada, buscado adotar estratégias motivacionais de forma a aumentar a adesão pelos pacientes, em sua maioria bebês, crianças e jovens. Uma das possibilidades motivacionais tem sido a inclusão de contextos esportivos, tais como os esportes radicais (CASEY, 2015). Sob essa conjuntura de atendimento qualificado no Brasil, uma parceria entre duas empresas tem viabilizado a realização de dois programas de atendimento envolvendo a convergência das áreas: ABA, TEA e skate. A convergência destas três áreas tem se caracterizado como um campo de pesquisa e de atuação novos e inovadores em psicologia do esporte. De um lado da parceria uma clínica especializada no atendimento ao TEA, com sede em uma cidade do interior do estado de São Paulo – Presidente Prudente, que conta com materiais, equipamentos e um espaço na clínica voltados para prática de skate, e de outro lado uma empresa de formação e supervisão online de profissionais de educação física para atenderem pessoas com TEA sob a perspectiva ABA. A descrição e exposição de novos serviços e propostas de intervenção ao autismo são necessários, especialmente em ambiente acadêmico, para escrutínio por pesquisadores, docentes universitários e por profissionais atuantes em psicologia do esporte a fim de gerar ocasião de debate, críticas e especialmente ajustes metodológicos que visem melhoria no atendimento e qualidade de vida de pessoas com TEA e de suas famílias

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