Resumo

Tendo como intuito a obtenção de resultados que possibilitem sólidos subsídios para os interessados na promoção da saúde do trabalhador, o presente estudo identificou a prevalência e os fatores associados à prática de ginástica laboral em trabalhadores da indústria no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Para tanto, foi realizado estudo de delineamento transversal, com amostra probabilística de 2.265 trabalhadores, de ambos os sexos. Foi utilizado o questionário “Estilo de Vida e Hábitos de Lazer dos Trabalhadores da Indústria”, previamente validado e utilizado em estudos com adultos. A prática de ginástica laboral foi o desfecho investigado em relação a variáveis demográficas, socioeconômicas, comportamentais relacionadas à saúde, comportamentais relacionadas ao trabalho e de percepção pessoal, sendo definida pela resposta positiva à questão: “Você participa do programa de ginástica na empresa (ginástica laboral)?”. Para a análise e interpretação dos dados foi utilizado o programa estatístico Stata, versão 9.0 (Stata Corporation, College Station, Estados Unidos), incluindo procedimentos de estatística descritiva, IC95%, médias e desvio padrão e estatística analítica, a partir de análises bruta e ajustada. A prevalência da prática de ginástica laboral foi de 40,3% (IC95%: 38,2; 42,3), associando-se ao sexo feminino, a maiores níveis de escolaridade, à prática de atividades físicas no lazer e a menores intensidades de esforço no trabalho. O sexo feminino e maiores níveis de escolaridade foram os fatores mais fortemente associados à ocorrência de tal comportamento. Diferenças significativas de acordo com a idade, estado civil, renda familiar bruta, tabagismo, percepção do estado de saúde e percepção do nível de estresse não foram encontradas. Desse modo, os programas de ginástica laboral devem desenvolver estratégias de promoção da saúde que priorizem populações do sexo masculino, os trabalhadores com menor escolaridade, os trabalhadores fisicamente inativos no lazer e aqueles que exercem atividades intensas no trabalho, afim de que se possa lhes oferecer melhores condições de trabalho, saúde e bem-estar. 

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