Resumo
A integração do brincar, cuidar e educar, embora muito difundida nos meios acadêmicos permanece sem efetivar-se na prática cotidiana da maioria das instituições de educação infantil. Ainda, observa-se que a dicotomia cuidar - educar e o brinquedo tem merecido pouca atenção. A organização espacial na instituição, também é fator importante e o educador o elemento indispensável para promover o pleno desenvolvimento infantil. Os objetivos do estudo foram: 1º. Analisar a organização espacial daquela Instituição de Educação Infantil, tendo em vista que o ambiente físico é elemento fomentador de muitas interações; 2º. Registrar a interação entre pares como fator importante para o desenvolvimento infantil na faixa etária de 0-3 anos e o papel mediador do educador em facilitá-las ou promovê-las; 3º. Construir uma proposta de intervenção para as crianças da referida faixa etária. A instituição foi uma creche municipal filantrópica situada na periferia da cidade de Londrina. A metodologia da pesquisa fez uso da Observação Direta, registros fotográficos, análise documental e entrevistas. As entrevistadas estão em processo de formação acadêmica; vêem a criança como um ser em desenvolvimento e seu papel é o de oferecer estímulos. Os resultados apontam que as educadoras se preocupam em transmitir afeto e carinho às crianças, num ambiente acolhedor. Interações foram registradas em muitos locais, especialmente em alguns cantos privilegiados que circunscreviam as relações criança-criança. Aí se manifestavam díades, tríades, políades, em grupos mistos ou não; algumas vezes, com a presença das educadoras. Devido à falta de planejamento da rotina, as atividades se restringem a um passeio diário no parque/pátio e brincadeiras livres pela sala ou outros ambientes. As salas de atividades não possuem mobiliário apropriado, consoante às especificidades da faixa etária analisada. Apesar da precariedade de recursos existentes na instituição há materiais que podem ser utilizados pelas educadoras, nas atividades pedagógicas, mas tais atividades raramente são orientadas; as rotinas são habituais, sem a preocupação de trabalhar, por meio delas, momentos pedagógicos importantes à educação. Tanto através da Observação direta quanto das entrevistas constatou-se que as educadoras interagem positivamente com a criança, mas não há um planejamento das atividades visando seu pleno desenvolvimento. A Proposta Pedagógica formulada em 2004, não é utilizada como fonte de apoio à pratica cotidiana; não realizam planejamento e sistema de registro e não têm a adesão das atuais educadoras. Face aos dados obtidos, levantou-se a necessidade de se propor um programa de apoio pedagógico, com sugestões aos educadores quanto à utilização do espaço e de atividades, mediante práticas organizativas que estimulem o brincar, cuidar e educar e melhor atender às crianças da faixa etária estudada.