Prática Pelo Todo e Por Adição na Aprendizagem da Cortada do Voleibol
Por Leandro Dutra (Autor), Leopoldo Paolucci (Autor), Cláudio Manoel Ferreira Leite (Autor), João Vitor Alves Pereira Fialho (Autor), Aquiles Xavier (Autor), Rodolfo Novellino Lacom Benda (Autor), Herbert Ugrinowitsch (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Os diferentes tipos de prática é um tema extremamente relevante na área
de Aprendizagem Motora, pois permite obter subsídios teóricos sobre as
diferentes formas de ensinar uma habilidade motora, como, por exemplo:
pelo todo e por adição. A literatura tem produzido poucos estudos sobre
esta temática, principalmente para situações mais próximas de ensino
aprendizagem. Um exemplo é o estudo de PÚBLIO e TANI (1993), no qual os
resultados mostraram que para uma tarefa seriada, a prática por adição
alcançou escore superior à prática pelo todo. Assim, o objetivo do presente
estudo foi investigar a aprendizagem da cortada do voleibol através dos
tipos de prática: por adição e pelo todo. O experimento foi realizado com
24 crianças de ambos os sexos na faixa etária (12,5 ± 0,9) distribuídas
aleatoriamente em dois grupos experimentais: por adição (GA) e pelo todo
(GT). A tarefa consistiu na cortada do voleibol, sendo praticada durante 5
sessões de 60 tentativas (3 blocos de 20 tentativas com intervalo de 1
minuto), totalizando 300 tentativas. O GA praticou o primeiro componente
separadamente e, depois, foram somando os outros componentes um a
um até realizar o movimento completo, enquanto o GT praticou o
movimento completo desde o início da aquisição. O delineamento utilizado
foi pré-teste (5 tentativas), fase de aquisição (300 tentativas) e pós-teste (5
tentativas). A variável dependente foi o escore do padrão de movimento
da cortada, analisado através de uma lista de checagem e os dados foram
analisados através da comparação dos resultados obtidos no pré e pósteste. O teste de Wilcoxon detectou diferença significante intra-grupo do
pré-teste para o pós-teste GA (Z=-4,620, p<0,01) e GT (Z=-4,473, p<0,01).
O teste U de Mann-Whitney não encontrou diferenças estatisticamente
significantes entre GA e GT (p<0,01), indicando que os tipos de prática
não apresentaram diferentes efeitos na aprendizagem da cortada do voleibol.
Estes resultados não corroboram as proposições de NAYLOR e BRIGGS
(1963), no sentido de que a aquisição de habilidades de alta organização e
baixa complexidade é favorecida pela aprendizagem pelo todo. Sendo assim,
parece fazer necessário rever o referencial teórico sobre complexidade, de
forma que possa discutir com maior abrangência os resultados encontrados
nos estudos de Aprendizagem Motora.