Resumo

Introdução. As Práticas Corporais de Aventura (PCAs), tradicionalmente pensadas para ambientes naturais, transformaram-se em possibilidade de vivência no ambiente escolar, nas aulas de Educação Física, inclusive como proposta em documentos oficiais como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Objetivo. Analisar a inserção e desenvolvimento de aulas (teórica e prática) sobre o conteúdo Práticas Corporais de Aventura para alunos do ensino fundamental de uma escola privada em Várzea Grande – MT. Metodologia. Uma abordagem qualitativa do tipo investigação-ação envolvendo um professor de Educação Física e 28 alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental. A pesquisa dividiu-se em quatro momentos na escola: uma entrevista diagnóstica com o professor, uma aula introdutória sobre as PCAs para os alunos, uma aula prática de Slackline e Parkour e uma aula para avaliação com roda de conversa e aplicação de questionário aberto para alunos. Após, realizou-se uma análise descritiva discutindo a fala do professor antes e depois da intervenção e uma categorização das respostas dos alunos, seguida de uma análise interpretativa - versão simplificada da análise do discurso. Resultados. O discurso do professor apresentou os seguintes motivos para não trabalhar com as PCAs na escola: insegurança no ensino das PCAs; falta de espaço e equipamentos apropriados; ausência do conteúdo na graduação e o fato de ser especialista em outras modalidades tradicionais. Na fala dos alunos, destacaram-se os seguintes motivos de interesse: possibilidade de criar estratégias diferentes em aula, sensações de prazer e bem-estar durante toda a prática, superação/ empoderamento e aproximação com um universo corporal que parecia possível somente nas mídias sociais. Conclusão: Mesmo com resultados positivos, a dimensão procedimental foi mais enfatizada pelos alunos e professor, o que nos faz repensar possibilidades de se trabalhar os aspectos conceituais e atitudinais para uma prática significativa e efetiva das PCAs na escola. 

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