Resumo
Atualmente temos as Práticas Corporais de Aventura (PCA) como uma das unidades temáticas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018). Diante desse panorama foi proposto para o currículo da rede municipal de ensino do Natal (RN) novos arranjos na distribuição das unidades temáticas ao longo do ensino fundamental, incluindo as PCA também para as turmas de 4º e 5º anos dos anos iniciais. Partindo deste cenário, apresentamos como objetivo da nossa pesquisa, identificar e analisar quais os limites e as potencialidades das Práticas Corporais de Aventura nos anos iniciais do ensino fundamental a partir do desenvolvimento de uma proposta pedagógica sistematizada e contextualizada para as turmas dos 4º e 5º anos. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa do tipo pesquisa-ação, com uma população formada pelos alunos da Escola Municipal João Paulo II (Natal/RN) e para a amostra contamos com duas turmas, uma de 4º ano com 32 alunos e outra de 5º ano, com 32 alunos cada, do turno matutino. A coleta de dados aconteceu durante as aulas de Educação Física do terceiro e quarto bimestre de 2019. Como instrumentos de pesquisa utilizamos o diário de campo, para acompanhamento das aulas, bem como registros de fotos e vídeos utilizados na descrição e análise da intervenção, além das produções didáticas construídas para e durante as aulas, foram realizados 10 encontros de aulas. Diante do vivido, experimentado e refletido em nossa narrativa pedagógica, reconhecemos a proposta das PCA presente nos referenciais municipais do Natal, como plenamente possível de execução para turmas de 4º e 5º ano do ensino fundamental. Porém, por meio da análise e do reconhecimento do seu espaço de atuação, acreditamos que os professores sejam capazes de expandir os horizontes das PCA, para além daquelas sugeridas no documento, não se limitando as opções que lá estão presentes, acessando os conhecimentos que os alunos trazem consigo e se permitindo uma mudança de olhar para o seu espaço de aulas. Identificamos a presença de alguns limitantes, como: a necessidade de apoio em alguns momentos de aulas para gerenciamento dos riscos, bem como o entrave, frente a falta de alguns equipamentos específicos, situações possíveis de serem administradas e superadas com criatividade pelos docentes, tendo em vista as possibilidades que as PCA trazem para diversificar as práticas corporais da cultura de movimento dos alunos, apresentando um mundo novo de aprendizados, que tem em sua energia, o poder de cativar, transformar e envolver a todos da escola.