Resumo

Priorizando a relação infância e corpo, a presente pesquisa objetivou conhecer e analisar as práticas corporais infantis inseridas no contexto da Cultura Infantil de crianças de uma escola do campo de São Sebastião, Distrito Federal. À luz da Sociologia da Infância, dando ênfase à brincadeira infantil como fenômeno cultural, desenvolveu-se uma pesquisa de abordagem qualitativa com 23 crianças do 2° ano do Ensino Fundamental de uma Escola Classe vinculada à rede púbica de ensino. As técnicas utilizadas para captar o ponto de vista das crianças foram: a observação participante com confecção de diários de campo, a confecção de desenhos e o preenchimento dos Formulários Minha Vida. Complementarmente, foram realizadas duas entrevistas com informantes- chave com o intuito de conhecer detalhes históricos da escola. Os resultados apontam para embates implícitos entre a ordem adulta de controle e inibição dos corpos infantis, e a luta infantil por uma rotina com a permissão da brincadeira e com a valorização da dimensão corporal. Compreendemos as crianças do campo como produtoras de suas culturas infantis e protagonistas no processo de ensino- aprendizagem na escola e na vida. Neste contexto, uma educação do campo não se esgota na construção de escolas, mas também na valorização dos sujeitos e seus corpos- brincantes como imprescindíveis componentes históricos na legitimação das lutas empreendidas.

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