PRÁTICAS CORPORAIS NEGRAS: danças, cantos e batuques na congada
Por Bernardo Silva Santos (Autor), Cleber de Sousa Carvalho (Autor).
Em XX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O estudo vincula-se ao Laboratório de Pesquisas em Esporte, Lazer e Estudos do Corpo, da UnU ESEFFEGO (UEG), na linha de pesquisa Corpo, Ritual, Performance e Educação Física.
Objetiva-se compreender os sentidos e significados das práticas corporais dos congadeiros da festa da Vila João Vaz (Goiânia-GO), identificar as práticas corporais durante as performances do terno de congo verde e preto, além de analisar a relação de indissociabilidade que ocorre entre as danças, os cantos e os ritmos.
Entendemos que os elementos que compõem as performances negras (danças, cantos e ritmos) são geralmente abordados isoladamente, no contexto da produção de conhecimento, assim como na prática pedagógica em Educação Física, carecendo, assim, de uma ressignificação nesta forma abordagem.
Considerando-se a existência de uma relação de interdependência entre as danças, cantos e ritmos executados pelos congadeiros, abordar o estudo e o ensino das danças populares apenas a partir de seus elementos coreográficos implica na fragmentação dos sentidos que constituem a totalidade da performance.
Nos aspectos metodológicos recorremos às noções do interacionismo simbólico, e da etnografia. Os instrumentos para a coleta de dados é a observação, registros em caderno de campo, aplicação de entrevistas semiestruturadas e estudo bibliográfico.
O entendimento dos sentidos das práticas corporais dos congadeiros envolve a apreensão de significados que os próprios congadeiros atribuem aos elementos que compõem as suas performances. Assim, torna-se possível promover estudos e análises acerca das potencialidades destes saberes para a compreensão dos fenômenos culturais da cultura negra, bem como para os processos pedagógicos para o ensino de dança em Educação Física.