Práticas Corporais Precisam Vir Embaladas Por Pesquisas Sobre o Significado Cultural Que Possuem e Debates Para Incluir Toda a Turma
Por Marcelo Barros da Silva (Autor), Marcos Garcia Neira (Autor).
Resumo
Na contramão da ditadura dos esportes coletivos com bola, a tendência dos currículos modernos é tornar a Educação Física mais reflexiva. Todo movimento é carregado de sentido. Por isso, é preciso discutir a história e a inserção de cada um deles na sociedade atual, afirma Marcelo Barros da Silva, formador de professores e consultor de programas em Educação Física, de São Paulo. Pensando assim, Jussara Ladeia de Andrade, Marluza Secchin Malacarne e Iara Francisca Croce Tedesco, que lecionam para turmas de 1ª a 4ª série na rede municipal de Vitória, organizam cursos temáticos. Neste ano, o tema é a cultura afro-brasileira, que permite vivenciar e discutir a capoeira, o maracatu, o hip-hop e a inserção do negro em diversos esportes como o futebol, escolhido para ser tratado pelos estudantes da EMEF Éber Louzada Zippinotti. De tempos em tempos o jogo é interrompido para o grupo se manifestar e propor modificações nas regras. O objetivo é fazer com que meninos e meninas, inclusive os que têm deficiência física, participem, explica Jussara. É uma maneira de aplicar os princípios que devem nortear a disciplina (veja a seguir). A perspectiva é atender todos e ajudar a respeitar a multiculturalidade e a diversidade de práticas corporais, afirma Marcos Garcia Neira, coordenador do Grupo de Pesquisas em Educação Física da Universidade de São Paulo