Práticas Culturais do Povo Akwẽ-Xerente: Descolonizar o Lazer
Por José Alfredo Oliveira Debortoli (Autor), Khellen Cristina Pires Correia Soares (Autor), Beleni Saléte Grando (Autor).
Parte de Lazer, Turismo e Desenvolvimento Regional na Amazônia Legal: Diálogos Interdisciplinares . páginas 39
Resumo
Ao apresentar este texto, assumimos o compromisso e o sentido, tão político quanto acadêmico, de compartilhar processos de descolonizar histórias e conhecimentos. Buscamos, também, descolonizar nossos olhares e percepções, abrindo-nos a outros modos/mundos possíveis de ser(mos) e viver(mos). Movemo-nos em diálogo com outras pessoas, contextos e grupos sociais, ainda que constituídos em uma mentalidade moderna-ocidental, desafiandonos o objetivo de aprender com os modos de vida do povo AkwẽXerente. Por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, com uma inspiração etnográfica, indagamos a maneira de habitar o mundo do povo Akwẽ-Xerente, suas relações com o místico, com a natureza, com a família e a comunidade; compreendendo o “bem viver” que emerge de suas práticas, e que se revela como jogo, como brincar. Desta forma encontramos na caça às tanajuras, no banho no rio, nas rodas do artesanato, na corrida de tora, no arco e flecha, nas corridas de resistência, no cabo de força e no futebol, transitam entre a liberdade e a obrigação, compartilham saberes que sustentam sua resistência e lutas cotidianas. Concluímos que, na centralidade das práticas culturais do povo Akwẽ-Xerente, podemos aprender com seus processos de organização e percepção do social e, com isso, interpelar outras possibilidades e sentidos possíveis para o que nomeamos e experimentamos como Lazer..