Resumo

Este estudo parte da concepção de que os significados e as representações da velhice e da reforma são construções sociais e, como tal, são expressão de contextos culturais precisos donde emergem e sujeitos a processos de mudança. No caso concreto da nossa sociedade contemporânea (ocidental ou ocidentalizada) os significados e a realidade social das gerações mais velhas encontram-se fortemente vinculados à reforma, ou seja, a idade da reforma funciona como uma espécie de marcador social para além da qual os sujeitos são enquadrados na categoria dos mais velhos, dos quais se esperam determinados comportamentos aceites como adequados. A representação social da reforma é construída como sendo uma terceira fase do ciclo de vida, com base na centralidade do valor trabalho na divisão das várias idades. Os mais velhos representam, nesta ordem, os inactivos, que passam a usufruir de uma pensão que lhes garante a subsistência, na dependência daqueles que nesse momento constituem a parcela da população activa.