Resumo

Trata de um estudo de caso em que as práticas de formação são analisadas no momento em que uma professora de Educação Física de uma das escolas da Prefeitura Municipal de Vitória tenta efetivar as propostas de formação previstas na política sugerida pela Secretaria Municipal de Educação. Dialoga com autores que têm contribuído com estudos relativos a esse campo, procurando mapear a formação continuada em sua evolução conceitual e nas formas como tem se manifestado. Como conseqüência, identifica a mudança de foco nesse movimento que, partindo de uma concepção de caráter essencialmente positivista, avança parauma epistemologia de inspiração fenomenológica e/ou interacionista. Debate a responsabilidade das diferentes instâncias ligadas ao movimento de formação: gestão central, instâncias formadoras, escolas e professores, na efetivação de práticas de formação. Discorre também sobre algumas importantes ocultações que cercam esse campo, geradas por consensos cognitivos que criam projetos ilusórios para situações percebidas sob a ótica desses consensos. Em sua análise, procura identificar algumas tensões e possibilidades gerada s no dia-a-dia dessa professora, ao tentar efetivar as ações de formação previstas nessa política. Destaca a gestão central como aquela que tem assumido, de forma mais
efetiva, a organização e definição dos espaços/tempos de formação continuada. Aponta algumas possibilidades de aproximação com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e chama atenção para a necessidade de um movimento autônomo, pensado e articulado a partir das instâncias de formação, assumido com autonomia e criticidade. Descreve a coerência conceitual da política de formação, se confrontada com a ideologia programática apresentada pela Secre taria Municipal de Educação, ao mesmo tempo em que identifica um distanciamento entre o que aponta essa base conceitual e as ações previstas pela administração central. Analisa a escola e a forma como sua organização favorece e/ou dificulta as práticas de formação construídas e desenvolvidas de forma individual e/ou coletiva no interior dessa unidade de ensino, apontando a política de recursoshumanos dessa Prefeitura como um fator determinante na limitação das possibilidades de articulação do coletivo dessa unidade de ensino. Por fim, aproxima-se da professora de Educação Física colaboradora da pesquisa para revelar o quanto a forma como se organiza esse espaço escolar apresenta-se como determinante na limitação ou constituição dessas práticas de formação e apresenta o nível de envolvimento e cumplicidade dos sujeitos envolvidos como um importante fator do contexto investigado.

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