Práticas Lúdicas e Inclusão e o Atendimento de Grupos Especiais no Programa Brinquedoteca Itinerante do Curso de Educação Física de Uma Universidade no Norte do Brasil
Por Rosani Nazaré Morais de Oliveira (Autor), Marcio Rodrigues Silva Filho (Autor), Adeilson Felipe Silva (Autor).
Em XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII CONICE - CONBRACE
Resumo
O Curso de Educação Física de uma Universidade no Estado do Pará na definição da estrutura institucional e curricular, através do Projeto Político Pedagógico de 2007, aponta para a necessidade de projetos que fomentem o campo de aplicação acadêmico e atividades complementares, consolidando assim o tripé Ensino-Pesquisa-Extensão. Dispõe de uma Brinquedoteca, local de convívio, lazer, socialização e promoção da ludicidade na perspectiva da inclusão, a mesma possui um programa itinerante e tem como objetivo central o desenvolvimento de práticas corporais de lazer para crianças, jovens e adultos de forma inclusiva e emancipadora, onde disponibiliza equipe multidisciplinar, profissionais qualificados (Brinquedistas), brinquedos, jogos, materiais de artes plásticas, livros infanto-juvenis e materiais didáticos. O presente estudo trata de uma experiência em um evento do dia mundial da Hemofilia realizado no dia oito de abril de dois mil e dezessete pela Associação Paraense dos Portadores de Hemofilia e Coagulopatias Hereditárias ASPAHC em parceria com o Hemocentro do Estado do Pará HEMOPA e Universidade do Estado do Pará/Curso de Educação Física UEPA/CEDF. Segundo o programa de educação continuada da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH).
A hemofilia é uma alteração hereditária da coagulação do sangue que causa hemorragias, espontâneas ou provocadas. Acomete cerca de 400.000 pessoas em todo o mundo, em sua maioria do sexo masculino. As mulheres portadoras do gene da doença não apresentam sintomas, mas podem ter filhos com hemofilia. É uma doença grave, que não tem cura. Porém com cuidados e tratamentos corretos, é possível ter uma boa qualidade de vida.
Para o referido atendimento tivemos o seguinte planejamento e organização: estudos e debates sobre o universo da Hemofilia, cuidados e possibilidades de aplicação do brincar; planejamento das ações, criação de jogos adaptados a limitações psicomotoras, testagens dos brinquedos e brincadeiras e a ação propriamente dita que conteve o momento de acolhimento com uma grande roda de boas vindas com todos os associados, crianças, jovens e adultos hemofílicos e seus familiares, a equipe de trabalho da Associação ASPAHC, a equipe de profissionais do HEMOPA composta por médica, enfermeiras, psicóloga e assistente social, a preparação dos espaços de brincadeiras, o salão de jogos com atividades de pintura, jogos de tabuleiros e cantinho de leitura; no espaço ao ar livre ficaram os jogos e brincadeiras com bolas e materiais alternativos, espaço da oficina de confecção de bola com balões, espaço do banho de igarapé com brincadeiras no meio líquido. Utilizou-se o lúdico como recurso metodológico pautado no prazer de brincar possibilitando transformações de ordem pessoal e interações com o mundo (Moyles, 2006). Essa experiência foi determinante no currículo das ações da brinquedoteca itinerante, pois nos proporcionou ricos contatos com o universo das pessoas com hemofilia, o enfrentamento das limitações causadas pela doença e a busca por possibilidades de oferta de espaços de lazer inclusivos e qualificados.