Resumo

A criança foco deste estudo é aquela que habita as margens dos rios, que
circundam o Estado do Pará, especialmente da região das ilhas, situadas
nas proximidades de Belém, que freqüentam as escolas das comunidades
de Castanhal do Mari-Mari e Caruaru, tendo como objetivos: analisar as
brincadeiras que permeiam a ludicidade, enquanto uma das formas de
expressão do imaginário social da criança ribeirinha, o modo como vivem
e interagem com a cultura local; Explicitar os elementos míticos simbólicos
do imaginário social lúdico, da população alvo. As trilhas traçadas para
alcançar os objetivos propostos foram: a observação participante; o registro
de campo; as conversas informais. Para captar as informações foi usada a
associação de idéias. As análises foram feitas através da mitodologia, mais
especificamente a mitanálise de Gilbert Durand. A partir daí descobriu-se
que os traços do imaginário, evidenciados na ludicidade das crianças
ribeirinhas, são os de uma floresta sem fim, de um mistério, de um labirinto
repleto de mitos que se vivificam no seu brincar, no seu dia a dia, no seu
modo de ser e de viver. A água, a mata, a terra, os mitos e os símbolos, são
aspectos simbólicos do imaginário amazônico, que se fazem presente nas
brincadeiras das crianças ribeirinhas. Os movimentos realizados pelas
crianças em suas brincadeiras, revelam o meio em que elas vivem, pois sob
o ponto de vista de sua totalidade, o movimento representa um fator de
cultura. O repertório lúdico motriz delas é imenso, e é conseguido por
meio do brincar livre na natureza, onde o movimento acontece de forma
espontânea e diversificada como pular, saltar, chutar, subir, ultrapassar
obstáculos, arremessar, balançar, constituindo-se em elementos importantes
para a construção corporal infantil.

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