Pré-Condicionamento Isquêmico No Desempenho Específico De Jiu Jitsu E Fadiga Neuromuscular
Por Marina De Paiva Lemos (Autor), Gildison Gabriel Carvalho Da Cruz (Autor), Donizete Cicero Xavier De Oliveira (Autor), Gustavo Ribeiro Da Mota (Autor), Izabela Aparecida Dos Santos (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Brazillian Jiu Jitsu (BJJ) é um esporte de combate de característica intermitente de alta intensidade, e dependente do sistema anaeróbio para ações determinantes na luta. Diferentes estratégias têm sido utilizadas a fim de aprimorar o desempenho esportivo nos esportes de combate, como estratégias nutricionais, psicológicas e as de pré-condiconamento, entre estas está o pré-condicionamento isquêmico (PCI). O PCI consiste em ciclos de oclusão e reperfusão do fluxo sanguíneo, sendo capaz de influenciar em aspectos metabólicos e físicos, tornando-se um potencial auxlio ergogênico. Objetivo: Avaliar se o PCI otimizará o desempenho no teste específico de desempenho anaeróbio de jiu-jitsu (TEDAJJ), influenciará no parâmetro neuromuscular pós teste, bem como, variáveis de intensidade (lactato sanguíneo e percepção de esforço – PSE). Métodos: Dezesseis lutadores de BJJ (34,0 ± 7,0 anos; 91,5 ± 12,4 massa corporal; 1,75 ± 0,5 cm; 11,5 ± 5,2 % de gordura) faixas marrons e pretas, realizaram duas sessões experimentais de modo cruzado e duplo cego (PCI = 3 ciclos de 5min de oclusão/reperfusão e Placebo – PLA). Em repouso eram reportadas variáveis de recuperação e dor, além do lactato. Após isso, os lutadores realizavam aquecimento padronizado, seguido pelo salto vertical contramovimento (SVCM), posteriormente o TEDAJJ era desempenhado seguindo todas as recomendações prévias, ao término de cada série (5 séries totais) era reportada a PSE e ao fim do teste, o SVCM era novamente executado e o lactato coletado. Para a comparação entre o PCI e PLA nas variáveis investigadas, utilizou-se o teste de T pareado e o nível de significância foi de 0,05. Resultados: Não foram encontradas diferenças entre as variáveis de repouso (percepção de recuperação: p = 0,10; dor = 0,18; lactato = 0,26). O SVCM pré teste também não foi diferente entre o PCI e PLA (p = 0,65). O desempenho no TEDAJJ foi de: 1º série PCI = 20,3 ± 2,6 rep. vs PLA = 20,9 ± 2,2 rep., p = 0,24. 2º série PCI = 18,1 ± 2,3 rep. vs PLA = 19,7 ± 2,5 rep., p = 0,06. 3º série PCI = 17,3 ± 2,5 rep. vs PLA = 16,3 ± 2,5 rep., p = 0,20. 4º série PCI = 14,8 ± 1,3 rep. vs PLA = 15,1 ± 1,9 rep., p = 0,53. 5º série PCI = 14,0 ± 1,6 rep. vs PLA = 15,0 ± 2,5 rep., p = 0,27. A altura do SVCM pós teste foi maior no PCI (27,3 ± 5,1 cm) comparado com o PLA (24,0 ± 3,8 cm), p = 0,003. O lactato final, assim como a PSE não foram diferentes (p > 0,05). Conclusão: O PCI não influência o desempenho específico do BJJ, nem as variáveis de intensidade, porém é capaz de preservar os lutadores da fadiga neuromuscular após exercício anaeróbio de alta intensidade (TEDAJJ).