Precauções e contraindicações
Parte de Manual de atividade física adaptada para pessoas com baixa visão ou cegas . páginas 29 - 30
Resumo
A atividade desportiva deve ter em consideração o tipo de desporto a praticar, bem como a doença oftalmológica de base. As diferentes modalidades desportivas podem envolver riscos de trauma ocular dependendo de inúmeros fatores, como o nível de contato praticado, o tipo de equipamento envolvido (bola, stick, raquete, bastão) e o tamanho e velocidade do objeto do jogo122. Todos estes fatores têm um papel importante no risco de dano ocular. É aconselhada a utilização de lentes de proteção de policarbonato (vulgo óculos de desporto), pois as armações e as lentes dos óculos de uso diários não são apropriadas para a prática desportiva123. São considerados desportos de alto risco os que envolvam a utilização de bola, stick, raquete, bastão, sendo exemplos o futebol, basquete, rugby, ténis ou golf. São considerados desportos de muito alto risco as artes marciais ou o boxe. Nas pessoas com glaucoma deverão ser evitadas mudanças rápidas da posição da cabeça e nos estadios avançados da doença, quando há constrição acentuada do campo de visão, devem-se evitar desportos que envolvam movimentos rápidos124. Em relação aos doentes com antecedentes de miopias elevadas e/ou descolamentos da retina, devem-se evitar desportos de impacto, dado o risco de novo descolamento. É importante, em algumas patologias, ter em atenção à luz/ iluminação do ambiente. Aos doentes com queixas de fotofobia (intolerância à luz), como acontece por exemplo no Albinismo, deverão ser aconselhados desportos em pavilhão, em detrimento dos desportos ao ar livre. Nas patologias do olho que cursem com diminuição da visão em ambientes com pouca luz, como são as retinopatias pigmentares, é também importante proporcionar a iluminação apropriada. Cada caso deve ser avaliado e aconselhado pelo oftalmologista que segue o desportista.