Integra
Ontem, 03/09/2020, no jogo entre São Paulo x Atlético Mineiro, em um lance muito complicado de impedimento, o VAR foi consultado. A imagem que dizem ter sido utilizado de referência foi apresentada durante a transmissão e está em todos os jornais, o que é um absurdo, porque claramente tem-se um erro de perspectiva. Se o jogador do SPFC estivesse à frente do adversário na foto, por essa medida, teríamos uma resposta diferente.
Sobre isso, em nome do Laboratório de Biomecânica Aplicada precisamos nos posicionar. Nosso grupo de pesquisa, em parceria com outros grupos do Brasil e do mundo, estuda e publica sobre o rastreamento de atletas e Biomecânica há pelo menos 20 anos. Para o futebol, os MELHORES SISTEMAS DE RASTREAMENTO DO MUNDO, possuem uma acurácia que varia de 10 cm a 50 cm na determinação da posição do atleta (algumas referências abaixo). Se for o GPS, esse valor pode subir consideravelmente, pois é o menos acurado.
O que isso significa? Que nem nós, nem vocês, nem o VAR, nem os jogadores, nem o SPFC, nem o CAM, saberemos se estava, de fato, impedido ou não, porque o erro de medida é maior que o que precisamos nesse caso. Portanto, trata-se de uma discussão desnecessária.
Porém, julgamos que seria extremamente necessário, para sua própria imagem, que os responsáveis pelo VAR apresentem seus métodos e seus valores de acurácia para que fique claro quem de fato tomará a decisão sobre o lance. Por exemplo, o VAR poderia comunicar ao árbitro que, se o lance apresentou um valor abaixo da acurácia do sistema, será sempre o árbitro que decidirá, e que ele assuma a responsabilidade. Ou, uma outra saída seria, independente do valor, que sempre prevaleça a medida do VAR por se tratar de uma combinação entre erros sistemáticos e aleatórios.
Para conhecer os trabalhos do Laboratório de Biomecânica Aplicada, acesse: https://www.instagram.com/lab.biomecanica/
Referências
https://doi.org/10.1123/ijspp.5.3.328
