Resumo
O propósito deste estudo foi estabelecer uma equação estatística preditiva da altura individual de queda (AIQ) dos saltos em profundidade (SP) para atletas de elite de ambos os sexos, a partir de variáveis funcionais do salto vertical (SV) e um conjunto de variáveis antropométricas. Os dados foram obtidos a partir de uma amostra de 51 jogadores de voleibol, pertencentes a clubes esportivos do Estado de São Paulo envolvidos na Liga Nacional de Voleibol - 1996. A amostra foi dividida em dois grupos de 26 homens (20 ± 2,4 anos) e 25 mulheres (22± 3,5 anos). As variáveis antropométricas compreenderam medidas de massa, comprimentos e alturas, circunferências e índices antropométricos. As medidas de massa utilizadas foram: dobras cutâneas de tríceps braquial (DTRI), subescapular (DSUB), suprailíaca (DSIL), abdominal (DABD), coxa (DCOX), perna (DPER), o somatório total de dobras cutâneas medidas (STDC), o somatório das dobras cutâneas de segmento superior e tronco (DCSS) e o somatório de segmentos inferiores (DCSI). As medidas de comprimentos e alturas foram a altura tronco-cefálica (ATC) e trocantérica (ATRO), os comprimentos de coxa (CCOX) e perna (CPER). As circunferências foram as medidas absolutas da coxa (PCCO) e perna (PCPE). O índice de massa corporal (IMC), o índice esquelético (IESQ) e o índice crural (ICRU) foram calculados. As variáveis funcionais consideradas foram subdivididas em variável absoluta (IVA - elevação absoluta do centro de gravidade) e relativa (IVR - nomograma de Lewis). A elevação do centro de gravidade (ECG) foi determinada através do tempo de vôo mediano de três SV máximos intervalados, com contramovimento medidos no equipamento ergojump®. A variável resposta foi determinada experimentalmente pela altura de queda que proporcionou a maior ECG no SV subseqüente. O tempo de contato (TC) com o solo nos saltos em profundidade foi controlado através do ergojump®. No grupo masculino foi possível determinar uma equação preditiva a partir das variáveis IVR e ATC, com R2 ajustado = 78,05% e DPE = 4,73 cm, representada por: AIQ =60,00 + 0,695 (IVR) - 1,01 (ATC). O modelo preditivo feminino incluiu somente as variáveis de IESQ e DTRI e é descrita por: AIQ = - 48,39 + 0,977 (IESQ) - 0,528 (DTRI), com R2 ajustado = 58,78% e DPE = 0,98 CM. Foi possível concluir que AIQ dos SP pode ser predita através de variáveis antropométricas e funcionais do SV somente para os jogadores masculinos de voleibol. Recomenda-se a realização de estudos complementares de validação para as equações de ambos os grupos.