Predição da aptidão cardiorrespiratória pelo tempo de tela em escolares
Por Wilson Rinaldi (Autor), Vânia Renata Guilherme (Autor), Maria Teresa Martins Fávero (Autor), Stefan Ricardo dos Santos (Autor), Flávio Ricardo Guilherme (Autor), Amanda de Oliveira (Autor).
Em Journal of Physical Education (Até 2016 Revista da Educação Física - UEM) v. 31, n 1, 2020.
Resumo
O tempo gasto em frente às telas resulta em acúmulos de comportamento sedentário, o que está relacionado a prejuízos à saúde dos adolescentes, como a baixa aptidão cardiorrespiratória. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo predizer a aptidão cardiorrespiratória por meio do tempo de tela em escolares. Estudo transversal, com amostra composta por 2.764, sendo 1.370 meninos e 1.394 meninas entre 10 e 18 anos, da rede pública de ensino de Paranavaí, Paraná, Brasil. Utilizou-se questionário de autorrelato para estimar o tempo de tela (TS) e a aptidão cardiorrespiratória (FC) foi estimada por meio do teste multiestágio de 20 metros, e para verificar o poder preditivo do tempo de tela em relação à FC foi utilizada a curva Roc. Os resultados mostraram que o tempo de tela foi considerado um bom preditor da aptidão cardiorrespiratória em meninos (dias de semana, finais de semana e toda semana), e em geral (meninos e meninas) apenas durante a semana (segunda a sexta). Na pesquisa, o limite de tempo de tela para meninos nos dias de semana foi de 137 minutos (IC: 65-43), nos finais de semana de 165 minutos (58-51) e geral de 156 minutos (64-45). Para a amostra geral (meninas e meninos), a ponte cortada nos dias de semana foi de 142 minutos (64-44). Para as meninas o tempo de tela não teve poder preditivo (IC>0,50) e consequentemente o ponto de corte não foi verificado. Assim, pode-se concluir que o tempo de tela em meninos e em geral (apenas dias de semana) foi capaz de predizer a aptidão cardiorrespiratória e que esta variável de fácil aplicação pode ser uma importante ferramenta para predizer FC no ambiente escolar.