Resumo

O tempo gasto em frente às telas resulta em acúmulos de comportamento sedentário, o que está relacionado a prejuízos à saúde dos adolescentes, como a baixa aptidão cardiorrespiratória. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo predizer a aptidão cardiorrespiratória por meio do tempo de tela em escolares. Estudo transversal, com amostra composta por 2.764, sendo 1.370 meninos e 1.394 meninas entre 10 e 18 anos, da rede pública de ensino de Paranavaí, Paraná, Brasil. Utilizou-se questionário de autorrelato para estimar o tempo de tela (TS) e a aptidão cardiorrespiratória (FC) foi estimada por meio do teste multiestágio de 20 metros, e para verificar o poder preditivo do tempo de tela em relação à FC foi utilizada a curva Roc. Os resultados mostraram que o tempo de tela foi considerado um bom preditor da aptidão cardiorrespiratória em meninos (dias de semana, finais de semana e toda semana), e em geral (meninos e meninas) apenas durante a semana (segunda a sexta). Na pesquisa, o limite de tempo de tela para meninos nos dias de semana foi de 137 minutos (IC: 65-43), nos finais de semana de 165 minutos (58-51) e geral de 156 minutos (64-45). Para a amostra geral (meninas e meninos), a ponte cortada nos dias de semana foi de 142 minutos (64-44). Para as meninas o tempo de tela não teve poder preditivo (IC>0,50) e consequentemente o ponto de corte não foi verificado. Assim, pode-se concluir que o tempo de tela em meninos e em geral (apenas dias de semana) foi capaz de predizer a aptidão cardiorrespiratória e que esta variável de fácil aplicação pode ser uma importante ferramenta para predizer FC no ambiente escolar.

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