Resumo

O ciclismo é uma modalidade realizada em diferentes espaços, os quais, exigem diferentes características fisiológicas do praticante. Com isso, a identificação dos limiares de transição fisiológica, e a comparação de métodos não invasivos, que validem a classificação das zonas de ocorrência dentro destes limiares, durante o exercício, pode ser de grande importância, na prescrição do treinamento. Além disso, o principal motivo para se manter em um programa de exercícios é a relação da intensidade com o afeto do praticante. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é identificar se os métodos não invasivos (Limiar da Percepção Subjetiva de Esforço e o Ponto de Deflexão da Frequência Cardíaca) são capazes de predizer o segundo limiar de transição fisiológica (LT2) e a sua relação com o afeto durante um teste progressivo máximo em velódromo. 14 ciclistas recreacionais (Idade: 24.14  4.4 anos; Estatura: 176.79  6.44 cm; Massa corporal: 78.49  8.31 kg; Gordura corporal: 12.51  4.57 %) foram submetidos ao teste. O protocolo de teste consistiu em estágios de 3 voltas no velódromo (medindo 333,33m) iniciando a 20 km/h com incrementos de 2 km/h a cada estágio e 1 minuto de pausa entre estágios. Durante a pausa, foram coletadas amostras sanguíneas para identificação do lactato sanguíneo, assim como a frequência cardíaca, percepção subjetiva de esforço e a Valência Afetiva. A normalidade dos dados foi analisada por meio do teste Shapiro-Wilk. Para a comparação dos dados identificados nos limiares foi utilizado o teste de análise de variância de uma via (ANOVA one-way) ou o seu correspondente para amostras não paramétricas Kruskal-Wallis. Foi utilizado o teste post hoc de Tukey para identificar as diferenças encontradas. Para os dados paramétricos, a análise da relação entre os limiares foi feita através da correlação simples de Pearson e, para dados não paramétricos foi utilizado o teste de correlação de Spearman. Os gráficos de limites de concordância de Bland-Altman foram utilizados para a análise de concordância entre os métodos. Em todas as análises o nível de significância adotado será de p≤.05. O estudo não demonstrou diferença na intensidade de ocorrência do LT2 independentemente do método utilizado (F(2) = .383; p = .684), contudo, ao relacionarmos a intensidade de ocorrência do LT2 com os métodos utilizados, nenhuma das medidas alternativas obteve correlação significativa com a intensidade de ocorrência (PDFC: r = .24 e p = .935; LPSE: r = .18 e p = .522; [LA]: r = -402 e p = .154 ). Ao relacionarmos os métodos, identificamos uma correlação moderada (r = .63) significativa (p = .01) entre o método a partir de uma medida fisiológica (PDFC) com o método invasivo de identificação do LT2 (LL2). Em adição, as respostas afetivas não mostraram diferenças significativas na intensidade de ocorrência do LT2 (F(2) = .395; p = .67). Portanto, os resultados sugerem que o uso de medidas fisiológicas como a frequência cardíaca tendem a ser estimadores mais confiáveis do LT2, para prescrição e monitoramento de exercício para esse tipo de população e esse protocolo de teste


 

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