Resumo

Em função da prevalência crescente, a obesidade é considerada um problema de
saúde pública de importância relevante. Estudos prospectivos mostram que a gordura
localizada no abdômen é o fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes
mellitus e alguns tipos de câncer. O objetivo deste estudo foi analisar o percentual de
Gordura (%G) de mulheres adultas através de equações com perímetros e verificar
a existência de riscos relacionados à saúde. Participaram da amostra 47 mulheres de
27 a 80 anos (57,9 ± 12,2 anos). Utilizou-se a equação de TRAN e WELTMAN (1988)
- (T&W) e a equação de KATCH e MCARDLE (1984) - (K&M) para a análise do %G.
Utilizou-se o programa estatístico SPSS 10.0 para as análises adotando-se um nível
de significância de p<0,05. Os resultados gerais em médias e desvio padrão,
respectivamente, foram: %G (T&W) = 41,7 ± 4,1%; %G (McA) = 29,9 ± 5,0%;
IMC = 27,6 ±3,1 kg/m2; RCQ = 0,87 ± 0,08 cm e CC = 87,8 ± 9,9 cm. Quanto à
variável IMC, segundo os parâmetros da OMS, 17% das mulheres apresentaram sua
distribuição de peso corporal classificado como recomendado para a saúde, porém
83% apresentaram classificação sobrepeso. A variável RCQ, quando analisada a
associação entre as categorias (teste X2), apresentou diferença estatisticamente
significativa (p=0,000), o que pode ser atribuído ao fato de que até aos 59 anos
69,6% apresentavam baixo risco para desenvolver doenças vasculares e crônicodegenerativas e 30,4% apresentaram risco aumentado, porém, esses resultados foram
invertidos para a faixa etária acima de 60 anos onde apenas 12,5% apresentaram
baixo riso e 87,5% apresentaram riso aumentado. Quando classificado o %G
conforme a equação McA apenas 4,2% das mulheres acima de 60 anos apresentaramse com níveis normais de gordura corporal recomendado para a saúde, enquanto
que 95,8% enquadraram-se com níveis acima do recomendado para a saúde, o que
supostamente, superestimou o %G das mulheres acima de 60 anos. Conclui-se,
portanto, que as prevalências elevadas de sobrepeso (IMC e %G), observadas para
as mulheres, em termos de riscos para a saúde (CC e RCQ), apontam para a
necessidade imperiosa de promoção do adequado estado nutricional, da prática de
atividades aeróbias como prevenção e controle da obesidade, em programas voltados
para a saúde da mulher.

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