Predição do Percentual de Gordura de Mulheres Adultas Através de Equações com Perímetros Corporais
Por Ana Paula Kuhnen (Autor), Priscilla Marques (Autor), João Marcos Ferreira de Lima Silva (Autor), Maycon Duarte (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Em função da prevalência crescente, a obesidade é considerada um problema de
saúde pública de importância relevante. Estudos prospectivos mostram que a gordura
localizada no abdômen é o fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes
mellitus e alguns tipos de câncer. O objetivo deste estudo foi analisar o percentual de
Gordura (%G) de mulheres adultas através de equações com perímetros e verificar
a existência de riscos relacionados à saúde. Participaram da amostra 47 mulheres de
27 a 80 anos (57,9 ± 12,2 anos). Utilizou-se a equação de TRAN e WELTMAN (1988)
- (T&W) e a equação de KATCH e MCARDLE (1984) - (K&M) para a análise do %G.
Utilizou-se o programa estatístico SPSS 10.0 para as análises adotando-se um nível
de significância de p<0,05. Os resultados gerais em médias e desvio padrão,
respectivamente, foram: %G (T&W) = 41,7 ± 4,1%; %G (McA) = 29,9 ± 5,0%;
IMC = 27,6 ±3,1 kg/m2; RCQ = 0,87 ± 0,08 cm e CC = 87,8 ± 9,9 cm. Quanto à
variável IMC, segundo os parâmetros da OMS, 17% das mulheres apresentaram sua
distribuição de peso corporal classificado como recomendado para a saúde, porém
83% apresentaram classificação sobrepeso. A variável RCQ, quando analisada a
associação entre as categorias (teste X2), apresentou diferença estatisticamente
significativa (p=0,000), o que pode ser atribuído ao fato de que até aos 59 anos
69,6% apresentavam baixo risco para desenvolver doenças vasculares e crônicodegenerativas e 30,4% apresentaram risco aumentado, porém, esses resultados foram
invertidos para a faixa etária acima de 60 anos onde apenas 12,5% apresentaram
baixo riso e 87,5% apresentaram riso aumentado. Quando classificado o %G
conforme a equação McA apenas 4,2% das mulheres acima de 60 anos apresentaramse com níveis normais de gordura corporal recomendado para a saúde, enquanto
que 95,8% enquadraram-se com níveis acima do recomendado para a saúde, o que
supostamente, superestimou o %G das mulheres acima de 60 anos. Conclui-se,
portanto, que as prevalências elevadas de sobrepeso (IMC e %G), observadas para
as mulheres, em termos de riscos para a saúde (CC e RCQ), apontam para a
necessidade imperiosa de promoção do adequado estado nutricional, da prática de
atividades aeróbias como prevenção e controle da obesidade, em programas voltados
para a saúde da mulher.