Resumo

O treinamento resistido de baixa carga associado à restrição parcial do fluxo sanguíneo para região muscular exercitada (treinamento de oclusão vascular ou TOV), tem sido considerado uma modalidade alternativa promissora devido ao seu caráter anabólico. Para prescrição do TOV recomenda-se a utilização de pressões restritivas (mmHg) baseadas em porcentagens submáximas da pressão de oclusão arterial total (AOP). Alguns estudos têm mostrado que a AOP é influenciada por diversos fatores individuais como a circunferência de coxa, largura do cuff, etnia e sexo. No entanto, estes estudos envolveram apenas a população jovem e ainda desconsideraram aspectos associados à função endotelial. OBJETIVO: Avaliar preditores adicionais da pressão de oclusão arterial (AOP) em jovens e idosos clinicamente estáveis na tentativa de contribuir para elaboração de futuros programas de treinamentos envolvendo o TOV. MÉTODOS: Quarenta e oito idosos (73,67 ± 7,20 anos) e 35 jovens (27,71 ± 4,61 anos) clinicamente estáveis de ambos os sexos foram avaliados em relação a parâmetros metabólicos (composição corporal), hemodinâmicos (pressão arterial sistólica), vasculares (Índice-Tornozelo-Braquial ou ITB) assim como nível de atividade física. Adicionalmente, a AOP média de membros inferiores foi avaliada e determinada como variável dependente na elaboração da fórmula de regressão linear. RESULTADOS: O modelo envolvendo pressão braquial sistólica média (mmHg), circunferência de coxa média (cm) e idade (anos) explicou a maior variância dos dados (R2 = 0,76) com a seguinte equação: AOP = -96,43 + 1,04 (pressão braquial sistólica média) + 1,08 (circunferência de coxa média) + 0,38 (idade). Este modelo apresentou problemas de homocedasticidade (Durbin-Watson= 2,21) e multicolinearidade (Tolerância abaixo de 0,8 para as variáveis preditoras). Houve correlação significativa (p < 0,001) entre idade e pressão média (r = 0,62). CONCLUSÃO: O modelo apresentado no estudo demonstra de forma inédita que a idade e pressão arterial sistólica média devem ser consideradas na prescrição do TOV envolvendo a determinacão da AOP. As limitações envolvendo homocedasticidade e multicolinearidade do presente modelo são pontos positivos uma vez que apontam para a necessidade de investigação de fatores adicionais. A correlação existente entre idade e pressão arterial sistólica média é uma evidência de que fatores endoteliais devam ser adicionados em modelos futuros.

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