Preditores de Hipertensão em Mulheres Idosas Nãoinstitucionalizadas
Por Tatiane Hallage (Autor), Maressa Priscila Krause (Autor), Cosme Franklim Buzzachera (Autor), Priscila Granato (Autor), Sérgio Gregório da Silva (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução: A hipertensão é um dos fatores de risco mais comum para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (CHOBANIAN et al., 2003) e apresenta
uma alta prevalência na população idosa brasileira, atingindo cerca de 45% das
mulheres, com idade superior a 60 anos (CAMARANO, 2002). O excesso de adiposidade,
o declínio da aptidão cardio-respiratória (ACR) e do nível de atividade física (NAF)
podem elevar o risco para hipertensão (PESCATELLO, 2004; WALLACE, 2003). Objetivos:
Determinar como variáveis antropométricas, NAF e ACR podem predizer a
hipertensão em mulheres idosas. Metodologia: A amostra foi constituída de 1035
mulheres com idade superior a 60 anos (69,3±6,1). A hipertensão arterial foi
determinada através de auto-relato a um entrevistador treinado. As variáveis
antropométricas mensuradas foram massa corporal (MC), estatura (EST), índice
de massa corporal (IMC) e circunferência de cintura (CC) (LOHMAN, 1988). O NAF
foi obtido mediante a utilização do Modified Baecke Questionnaire for Older Adults
(VOORRIPS, 1991).A ACR foi mensurada através do teste de caminhada em 6 minutos
(TC6) (RIKLI & JONES, 1999). A análise de regressão logística, ajustada para idade e
nível sócio-econômico, foi utilizada para analisar a relação entre as variáveis
independentes e dependentes, indicando Odds Ratio e Intervalo de Confiança IC95%
(p<0,05). As variáveis independentes foram divididas em quartils com exceção do
NAF que foi dividido em tercils. Resultados: A incidência de hipertensão nesta
amostra foi de 50%. O risco para hipertensão pode se elevar quando os valores de
IMC ultrapassam 25,8 kg/m2 e 80 cm de CC ou quando os valores no TC6 forem
inferiores a 489,2 m. O NAF não demonstrou influenciar o risco para hipertensão.
Contudo, apenas o quartil superior da CC apresentou um risco elevado em 2,16 (IC
95% 1,29-3,63) para hipertensão na análise multivariada, independente da idade e
nível sócio-econômico. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstraram que
as mulheres com idade superior a 60 anos podem elevar o risco para a hipertensão
quando os valores de CC forem superiores a 94 cm, sugerindo que o excesso de
gordura na região abdominal influencia este quadro clínico. Dessa forma, sugere-se
a utilização da CC como um instrumento aplicável em meios clínicos e/ou estudos
epidemiológicos como preditor da condição de hipertensão arterial na população
idosa feminina.