Resumo

A prática de atividade física durante o tratamento oncológico ainda é um fator desafiador, tanto para quem está em tratamento, quanto para os profissionais da saúde. Considerar o perfil do paciente, suas características comportamentais e biológicas pode facilitar as intervenções relacionadas à prática da atividade física; nesse sentido, o objetivo geral deste estudo foi investigar a associação entre os constructos da teoria da autodeterminação e as características dermatoglíficas no comportamento relacionado à prática de atividade física em mulheres que se encontram em tratamento para o câncer de mama, considerando seu histórico de atividade física. Para tanto, foram realizados três estudos: o Estudo 1, com o objetivo de investigar a relação entre os constructos da teoria da autodeterminação e as características dermatoglíficas no comportamento relacionado à prática de atividade física em mulheres com câncer de mama; o Estudo 2, para investigar os fatores motivacionais que afetam a prática da atividade física em mulheres que estão em tratamento para o câncer de mama; e, por fim, o estudo 3, para construir um modelo de equação estrutural do comportamento para a prática de atividade física em mulheres com câncer de mama. Participaram destes estudos 104 mulheres que estão em tratamento para o câncer de mama no Hospital Universitário Santa Terezinha. Os instrumentos utilizados foram: a caracterização sociodemográfica e clínica; Habitual Physical Activity Questionnaire; Basic Need Satisfaction in General Scale; Perceived Competence Scale; Treatment Self-Regulation Questionnaire for Physical Activity; Satisfaction With Life Scale; e o Método dermatoglífico, de acordo com os objetivos de cada estudo. No Estudo 1 os resultados mostraram que no grupo de mulheres que faziam atividade física antes do diagnóstico e continuaram com a atividade durante o tratamento, a percepção de competência, a regulação autônoma e a satisfação com a vida foram maiores. Sobre as variáveis dermatoglíficas, observou-se que no polegar e no indicador da mão direita, a distribuição de verticilos em S desenho foi maior nas mulheres que apresentaram regulação controlada para a prática de atividade física. No estudo 2 foi observada associação positiva entre a percepção de competência e maiores níveis de atividade física, e uma associação negativa entre a regulação controlada e esses níveis. No estudo 3 foi encontrado um modelo estrutural, com parâmetros de ajuste perfeitos, confirmando que a percepção de competência tem efeito positivo sobre o comportamento para a prática de atividade física em mulheres com câncer de mama. Embora existam estudos com populações análogas, não se tem conhecimento sobre trabalhos que relacionem os constructos da teoria da autodeterminação com a prática de atividade física e as variáveis dermatoglíficas na população que está em tratamento para o câncer de mama. Este estudo é, portanto, um primeiro passo para desenvolver futuros desenhos de investigação e intervenção que auxiliem a compreensão da influência da autodeterminação e das características dermatoglíficas sobre o comportamento para a prática da atividade física em mulheres com câncer de mama. Aumentar a percepção de competência e a regulação autônoma dessas mulheres pode melhorar seus comportamentos com relação à prática de atividade física.

O trabalho não possui divulgação autorizada

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