Preditores de Quedas Acidentais em Mulheres Idosas Não-institucionalizadas
Por Cosme Franklim Buzzachera (Autor), Maressa Priscila Krause (Autor), Tatiane Hallage (Autor), Silleno José Dias Júnior (Autor), Marcelo Tavares (Autor), Sérgio Gregório da Silva (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução: As modificações estruturais e funcionais ocorridas no sistema neuromuscular com o avanço da idade são consideradas como um dos principais fatores
de risco a quedas em idosos. Essa deterioração neuro-muscular pode acarretar em
lesões que conseqüentemente predispõem ao aumento da fragilidade e incapacidade
dessa população. Entretanto, a manutenção da prática de exercícios físicos (EF)
poderia atenuar tais modificações, e indiretamente no risco a quedas. Desse modo, o
objetivo do presente estudo foi investigar como o EF e as variáveis neuro-musculares
se associam as quedas em mulheres idosas. Metodologia: A amostra foi constituída
por 1035 mulheres com idade superior a 60 anos (69,3±6,1 anos). As variáveis
neuro-musculares mensuradas foram força máxima (dinamometria - Din), resistência
de força de membros superiores (flexão de antebraço - FA30) e inferiores (levantar
da cadeira - LC30), equilíbrio (Berg Balance Scale - BBS) e agilidade (8-Foot Up&Go
- 8F). A incidência de quedas foi avaliada através de auto-relato a um entrevistador
treinado. O EF foi obtido mediante a utilização do Questionário Modificado de
Baecke (VOORRIPS et al., 1991). A relação entre as variáveis independentes - Din,
FA30, LC30, BBS, 8F e EF - e a incidência de quedas foi investigada mediante
análise de regressão logística - ajustada para a idade - indicando Odds Ratio (OR) e
Intervalo de confiança IC95% (p<0,05). As possíveis variáveis preditoras foram
divididas em quartils, com exceção do EF, o qual foi dividido em tercils. Resultados:
A incidência de quedas elevou-se de 24,1% para 44,9% entre as mulheres mais
jovens quando comparadas às mais idosas. A análise de regressão logística univariada
demonstrou um elevado risco a quedas nos quartils 3 (OR=1,7 - IC95% 1,1-2,5) e
4 do 8F (OR=1,7 - IC95% 1,1-2,5), como também nos quartils 1 (OR=1,5, IC95%
1,0-2,2) e 2 (OR=1,6, IC95% 1,1-2,3) do LC30, e quartils 1 (OR=1,8, IC95% 1,2-
2,7) e 2 (OR=2,0, IC95% 1,3-3,0) do BBS. Além disso, o tercil 1 do EF aumentou
o risco em 1,5 (IC95% 1,1-2,1). Entretanto, na análise de regressão logística
multivariada, nenhuma dessas variáveis se mantiveram associadas à incidência de
quedas. Conclusão: As variáveis LC30, BBS, 8F e EF podem predizer o risco a
quedas. Desse modo, sugere-se programas de exercícios físicos que preconizem
melhorar e/ou manter a funcionalidade dessas variáveis do sistema neuro-muscular,
reduzindo assim o risco a quedas em mulheres idosas