Resumo

Respostas afetivas durante o exercício são relacionadas com a aderência ao exercício e com o comportamento atual/futuro de exercício. Entretanto, há grande variabilidade interindividual nas respostas afetivas ao exercício. Tal variabilidade é parcialmente explicada por diferenças individuais na preferência e tolerância da intensidade de exercício. Assim, os objetivos dessa tese de doutorado foram: Artigo 1 – adaptar o Questionário de Preferência e Tolerância da Intensidade de Exercício para a população brasileira e realizar uma avaliação psicométrica inicial; Artigo 2 – testar a validade estrutural do Questionário em uma amostra populacional diversa e avaliar sua invariância fatorial entre subgrupos de sexo e idade; Artigo 3 – explorar os fatores associados com a Preferência e Tolerância da intensidade de exercício em uma amostra populacional diversa, assim como fornecer valores normativos populacionais; Artigo 4 – testar se os constructos de preferência e tolerância da intensidade de exercício são associados com o comportamento de exercício longitudinalmente em uma amostra populacional diversa. Para isso, os seguintes métodos foram utilizados: Artigo 1 – tradução e retrotradução, produção de uma versão do Questionário em Português Brasileiro, e avaliação psicométrica e validação de constructo usando correlações transversais entre os escores de Preferência e Tolerância e variáveis de atividade física; Artigo 2 – análise fatorial confirmatória e teste de invariância fatorial multigrupos da versão em Português Brasileiro do Questionário em subgrupos de sexo e idade em uma amostra populacional de 622 participantes; Artigo 3 – regressão linear múltipla entre os escores de Preferência e Tolerância com idade, sexo, IMC, e atividade física no tempo de lazer (AFTL) moderada e vigorosa em uma amostra populacional de 622 participantes; Artigo 4 – regressões lineares múltiplas, correlações parciais e regressões logísticas multinomais envolvendo variáveis demográficas e antropométricas, assim como o comportamento de exercício tanto de 2007-2008 como de 2014-2015 de 622 participantes. Os resultados foram: Artigo 1 – A versão em Português do Brasil do PRETIEQ reteve as propriedades psicométricas da versão original, demonstrando adequada consistência interna, confiabilidade teste-reteste e correlações transversais com variáveis de atividade física dentro adultos jovens. Artigo 2 – a versão em Português do Brasil do PRETIE-Q reteve as propriedades estruturais da versão original e demonstrou invariância para sexo e idade. Artigo 3 – dentro alguns preditores significativos, apenas idade (r = - 0,348 e r = -0,341) e AFTL vigorosa (r = 0,276 e r = 0,140) foram significativamente e independentemente associadas com os escores de Preferência e Tolerância, respectivamente. Além disso, valores normativos populacionais estratificados por categorias de idade são apresentados. Artigo 4 – controlando por idade, sexo, IMC e níveis passados de AFTL, o aumento em 1 unidade nos escores de Preferência e/ou Tolerância foram associados com ≈5min/semana de AFTL total, ≈2min/semana de AFTL moderada e ≈2min/semana de AFTL vigorosa. Além disso, considerando os níveis recomendados de AFTL, o aumento de 1 unidade dos escores de Preferência e/ou Tolerância foram associados com ≈4-6%, 12,4% e 9,1% maiores chances de atingir longitudinalmente os níveis recomendados de AFTL total, moderada ou vigorosa, respectivamente. 

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