Preparação Física, Hábitos Alimentares e Percentual de Gordura em Surfistas Profissionais
Por César Augusto Otero Vaghetti (Autor), Joscelito de Oliveira Berneira (Autor), Miguel Moreira (Autor), Daniel Fagundes Godoy (Autor), Flávio Antônio de Souza Castro (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 26, n 1, 2018. 9 Páginas.
Resumo
O surfe, como conhecemos atualmente, pode ser considerado um esporte que utiliza os três sistemas de fornecimento de energia para sua prática, podendo alterar sua via energética entre aeróbia e anaeróbia, devido aos esforços variados em intensidade, duração e recuperação ativa, além disso possui característica intermitente bem evidente. Entretanto, atletas de surfe não costumam seguir programas específicos de treinamento, a preparação física, para muitos surfistas profissionais, é realizada apenas com a prática da própria modalidade. Considerando a necessidade de maiores investimentos no esporte, neste caso investimento científico para propiciar melhores treinamentos e resultados, o objetivo desta pesquisa foi o de verificar como é realizada a preparação física, descrever hábitos alimentares e identificar o percentual de gordura de atletas profissionais de surfe. Cinquenta e um atletas profissionais da modalidade, do sexo masculino, participaram do estudo. Um questionário sobre preparação física e hábitos alimentares, um medidor de gordura corporal por impedância bioelétrica, uma balança e um estadiômetro foram utilizados como instrumentos de medida. Foi utilizada estatística descritiva, média e desvio padrão para as variáveis escalares e frequências relativas para as variáveis categóricas, que foram comparadas com a utilização do teste binomial e teste de qui-quadrado. Verificou-se que: (a) a maioria dos atletas não possui orientação de profissional, (b) a natação representa a modalidade esportiva mais utilizada como forma de treinamento físico, (c) 61% dos entrevistados consideram sua alimentação saudável e (d) o percentual de gordura corporal médio encontrado foi de 11,6%. Conclusão: deve haver melhor compreensão dos surfistas e dos envolvidos com a surfe em relação a processos adequados de treinamento e nutrição, sob supervisão de profissionais habilitados para este trabalho.Referências 1. Garcia GB, Vaghetti CAO, Peyré-tartaruga L. 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