Resumo

O excesso de peso corporal (EP) e a obesidade abdominal (OA) são fatores de risco independentes para doenças crônicas não transmissíveis em crianças e adolescentes. Contudo, as associações com fatores sociodemográficos e o estilo de vida não são conclusivas e, portanto, deve-se investigar a prevalência de EP e OA em adolescentes e os possíveis fatores associativos. OBJETIVO: Estimar a prevalência de EP e OA e analisar a associação com os fatores sociodemográficos e de estilo de vida em adolescentes do Sul do Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 583 adolescentes (51,4% meninas) com faixa etária de 11 a 17 anos matriculados na rede de ensino público da cidade de Criciúma, Santa Catarina, Brasil. O status de peso foi avaliado por meio da utilização do índice de massa corporal e a OA por meio do perímetro da cintura mediante classificações relacionadas ao sexo e idade. Utilizou-se questionário autoadministrado para coletar os dados sociodemográficos (sexo, idade e escolaridade materna) e do estilo de vida (dieta balanceada, atividade física, tempo de tela, uso de álcool em excesso e cigarro). Foi empregada estatística descritiva e inferencial. A análise de associação entre as variáveis foi aplicada mediante o teste de Qui-quadrado com correção de Rao-Scott. Consequentemente utilizou-se a regressão logística binária para estimar o odds ratio (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%) com valor significativo p < 0,05. RESULTADOS: A prevalência do EP foi de 33,6% e da OA de 36,5%. Destaca-se que 25,1% apresentaram simultaneamente EP e OA. As meninas tiveram 37% de chances a menos de ter EP e 85% de chances a mais de apresentar OA em comparação aos meninos. Os adolescentes de faixa etária 15 - 17 anos tiveram menores chances de terem EP (OR = 0,79; IC 95% 0,10 - 0,94), OA (OR = 0,16; IC 95%: 0,11 - 0,24) e simultaneamente EP e OA (OR = 0,16; IC 95% 0,10 - 0,26) em comparação aos de faixa etária 11 - 14 anos. CONCLUSÃO: A prevalência de EP e OA esteve superior aos valores descritos na literatura para adolescentes brasileiros. A faixa etária de 15 a 17 anos foi o fator sociodemográfico de maior associação com o EP, OA e simultaneamente com o EP e OA em adolescentes do Sul do Brasil.

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