Resumo

Estima-se que 5,3 milhões de mortes em todo mundo sejam atribuídas à inatividade física. Ainda assim, 4/5 da população adolescente mundial é classificada como fisicamente inativa. O nível de conhecimento é entendido na literatura como um possível mediador da atividade física e vem sendo foco de intervenções visando a redução do peso corporal, aumento dos níveis de atividade física e diminuição do comportamento sedentário. O objetivo do presente estudo foi identificar a prevalência de conhecimento sobre a atual recomendação de atividade física entre adolescentes da rede pública de ensino da cidade de Londrina, Paraná. Foram avaliados 1667 adolescentes, entre o 1º e 3º ano do ensino médio regular. O conhecimento da recomendação foi avaliado mediante três questões, sendo uma para cada componente da atual recomendação: frequência, duração e intensidade (MARQUES et al., 2014). Ainda, os escolares foram avaliados em relação ao seu comportamento de atividade física no lazer, atividade de força muscular e comportamento sedentário (IPAQ). Os dados foram apresentados de forma individual e agrupados. A maior proporção de resposta correta foi em relação ao componente intensidade da atividade física (41,3%), seguido pela duração (11,4%) e frequência (3,7%), respectivamente. Contudo, apenas 2,2% dos escolares responderam corretamente os três fatores supracitados. Apesar da baixa prevalência, o conhecimento da recomendação associou-se significativamente à prática de atividade física por mais de 300 minutos semanais; RP = 3,55 (1,58 – 7,96). Adicionalmente, o conhecimento associou-se à prática de atividade de força muscular por 4 ou mais dias na semana; RP = 4,47 (2,31 – 8,67). Na análise ajustada, após o controle em reação às barreiras percebidas para a prática de atividade física, fatores demográficos e socioeconômicos, o conhecimento da atual recomendação manteve-se associada à atividade fisica no lazer, RP = 2,51 (1,01 – 6,24) e à prática de atividade de força muscular, RP = 2,69 (1,12 – 6,48). Apesar das prevalências de conhecimento apresentarem-se extremamente baixas, mesmo depois de ajustado por variáveis intervenientes, manteve-se associado à prática de atividade física no lazer e de força muscular. Os resultados do presente estudo reforçam a premissa de se investir em educação para saúde como forma de profilaxia e tratamento da epidemia de inatividade física, comportamento sedentário e doenças associadas. 

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