Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de disfunção temporomandibular (DTM) em atletas de diferentes modalidades esportivas de contato. Participaram deste estudo 28 atletas da seleção brasileira de Karate-Dō, 17 praticantes de Karate-Dō de nível amador, 13 lutadores profissionais de artes marciais mistas (MMA), 30 jogadores de rugbi de nível semi-profissional e 28 indivíduos não-atletas. Os indivíduos foram avaliados por um único examinador por meio do índice RDC/TMD para diagnóstico de DTM. Um questionário de autoavaliação do índice foi aplicado a todos os participantes. A análise estatística dos dados obtidos utilizou o teste quiquadrado e a comparação entre proporções. O nível de significância adotado foi 5% (p<0,05). Constatou-se alta frequência de DTM entre lutadores de Karate-Dō de alta performance (54,2%), em lutadores de MMA (61,5%) e em jogadores de rugbi (53,3%) com diferença estatisticamente significativa em relação aos não-atletas (p=0,003; p=0,002; p=0,002, respectivamente). Os atletas amadores praticantes de Karate-Dō (17,6%) apresentaram frequência de DTM semelhante aos não-atletas (14,3%) (p=0,765). A classificação do diagnóstico de DTM, obtida pelo Eixo I do RDC/TMD, demonstrou que o deslocamento de disco e a dor miofascial foram as DTM mais comuns entre os atletas. Os lutadores profissionais de Karate-Dō e MMA apresentaram estado de dor crônica associado à DTM de baixa intensidade e baixa incapacidade. Sintomas comuns em pacientes com DTM, como estalido, crepitação, rigidez matinal, apertamento dentário, mordida desconfortável e zumbido foram observados em todos os grupos avaliados. Como conclusão, observou-se alta prevalência de DTM entre jogadores de rugbi e lutadores profissionais de Karate-Dō e MMA