Resumo

Introdução: A natação é um esporte bastante difundido em todo o mundo. O número de praticantes amadores que participam de competições aumentou nos últimos anos no Brasil. Os atletas de alto rendimento são evidentemente estudados com frequência, porém os praticantes amadores não são. Lesões e doenças de pele podem, não somente, afastar o indivíduo do seu objetivo individual, como trazer-lhe complicações graves à saúde. Objetivo: A dissertação foi dividida em dois estudos, cujos objetivos principais são: a) identificar a prevalência de lesões, seus tipos e localização no corpo em nadadores da cidade do Rio de Janeiro, assim como, seus fatores associados e b) identificar a prevalência de problemas dermatológicos em praticantes de natação e seus fatores associados. Método: Um questionário com perguntas abertas e fechadas foi aplicado aos praticantes de natação do Rio de Janeiro em locais de treinamento e competições. Participaram do primeiro estudo 609 indivíduos de ambos os sexos, sendo 72,2% do sexo masculino (n= 440) e 27,8% do feminino (n= 169). No segundo estudo, fizeram parte da pesquisa 633 indivíduos de ambos os sexos, sendo, 71,6% do sexo masculino (n= 453) e 28,4% do feminino (n= 180). Em ambos os estudos os indivíduos tinham idades entre 18 e 74 anos e estavam realizando treinamento regular. Resultados: No primeiro estudo foi encontrada a taxa de prevalência de lesões de 22,2%. A região do corpo mais acometida por lesões foi o ombro (69,3%). Os seguintes fatores foram significativamente associados à ocorrência de lesões: “tempo que participa de provas superior a cinco anos” (OR= 2,11; p= 0,024); “distância percorrida superior a 15.000m em uma semana” (OR= 2,11; p= 0,012); “realiza, às vezes, alongamentos antes ou após os treinos” (OR= 2,30; p= 0,006); “realiza treino de força específico para natação” (OR= 1,69; p= 0,044); e “faz uso de ‘paraquedas’” (OR= 1,77; p= 0,027). No segundo estudo, foi observada a prevalência de micoses (13%), manchas na pele (9,6%), queimaduras (7,4%), herpes (2,6%) e câncer de pele (0,8%). Foi verificado, ainda, que pouco mais da metade dos nadadores que ficam expostos ao sol não realizam nenhuma forma de prevenção à luz solar. Conclusão: O estudo permitiu concluir que a taxa de prevalência de lesões entre os nadadores investigados não difere muito do que é encontrado na literatura. Contudo, há dificuldade de comparações, uma vez que as pesquisas nessa área, no Brasil e no mundo, têm sido realizadas somente com atletas. Verificou-se, também, que são vários os casos de problemas dermatológicos que acometem os nadadores. Palavras-chave: lesões esportivas, dermatopatias, prevalência, natação.

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