Resumo

Introdução: Os instrutores de voo da Academia da Força Aérea (AFA) devem estar preparados fisicamente para desempenhar sua função na aeronave T-27, sob as mais diversas condições de voo e na quantidade e frequência necessárias para a formação do Cadete Aviador. Esse tipo de voo causa uma série de sintomas osteomusculares no piloto, principalmente na região das costas e pescoço e tem sido reportado que o nível de aptidão física parece ter relação inversa com a prevalência desses sintomas. Objetivo: Identificar as regiões corporais com maior prevalência de sintomas osteomusculares e avaliar o nível de aptidão física de indivíduos com ou sem sintomas. Métodos: Foi realizado um estudo transversal observacional com 50 instrutores de voo (T-27) da AFA, com 30,6±3,4 anos. Os sujeitos passaram por uma anamnese, responderam o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares referentes aos últimos 6 meses (SOM-6M) e submetidos ao teste de aptidão física (TAF) regulamentar composto por pelo teste de Cooper de 12 minutos, a máxima quantidade de flexões de braço e abdominais em um minuto. Foi utilizada estatística descritiva (média e desvio padrão e percentual) para caracterização da amostra e prevalência dos SOM-6M. Para testar o nível de aptidão física de indivíduos com ou sem sintomas foi aplicado teste-t de Student independente e o nível de significância adotado foi de p ≤ 0,05. Resultados: Para os SOM-6M, dentre 9 regiões avaliadas foram selecionadas as duas com maior prevalência: pescoço e coluna lombar com 42 e 64%, respectivamente. No que tange ao SOM-6M na região do pescoço, indivíduos com vs. sem sintomas não apresentaram diferenças para nenhum dos três exercícios avaliados no TAF: flexão (39,7±9,3 vs. 39,8±8,4; p = 0,96); abdominal (47,7±9,2 vs. 48,3±7,3; p = 0,78) e corrida (2.408±245 vs. 2.363248; p = 0,53). O mesmo foi observado para a região lombar: flexão (40,2±8,4 vs. 39,5±9; p = 0,76); abdominal (47±8,7 vs. 49,8±6,7; p = 0,25) e corrida (2.427±248 vs. 2.368±244; p = 0,41). Conclusão: Portanto, conclui-se que os sintomas osteomusculares mais prevalentes em instrutores de voo da AFA se apresentam no pescoço e região lombar. Não obstante, indivíduos que apresentam ou não sintomas nessas regiões nos últimos 6 meses não se diferem em relação ao nível de aptidão física aferido pelo TAF da Força Aérea Brasileira.

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