Resumo

O tema doenças cardiovasculares encontra-se em destaque mundial pela liderança
de mortalidade na maioria dos países. Diversos estudos epidemiológicos têm
apresentado uma visão sobre os fatores de risco associados com o desenvolvimento
dessas doenças, dentre esses fatores estão o tabagismo, hipertensão arterial sistêmica
(HAS), diabetes mellitus, obesidade, colesterol elevado e o sedentarismo. Sendo
assim, o objetivo deste estudo foi comparar a prevalência de fatores de risco
cardiovascular em indivíduos ativos e sedentários. Para tanto, foram selecionados
70 sujeitos de ambos os sexos, com idade entre 17 e 64 anos avaliados no projeto
UEM Saudável no período de 2003 a 2004. Para classificar os indivíduos em ativos
e sedentários utilizou-se o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e
para identificação dos fatores de risco utilizou-se um questionário elaborado pelos
integrantes do projeto. Dentre os resultados obtidos percebe-se que dos indivíduos
sedentários 34% fazem uso de bebidas alcoólicas ao menos 2 vezes por semana,
enquanto que no grupo de indivíduos considerados ativos esse percentual é de
43,3% do total. Dos indivíduos sedentários 2% são fumantes enquanto que no
grupo ativo esse percentual é de 16,7%. Os indivíduos que possuem hipertensão
arterial chega a 8,5% do total de sedentários enquanto que no grupo ativo esse
número é de 5,2%. Dentre os indivíduos sedentários 10,6% possuem colesterol
elevado contra 6,7% dos indivíduos ativos e 8,5% dos sedentários são obesos contra
3,3% do grupo ativo. Somente 36,2% dos indivíduos sedentários não possuem
mais fatores de risco associados, contra 23,3% do grupo ativo, mostrando que
apesar da prática regular de atividade física estes sujeitos possuem outros fatores de
risco revelando dados acima da média dos sedentários. Conclui-se através deste
estudo que o fato da pessoa realizar exercícios físicos diários não significa que seu
estilo de vida seja saudável, pois este inclui além da atividade física regular, uma
alimentação equilibrada, o não consumo do cigarro e de bebidas alcoólicas. É
especialmente importante, do ponto de vista preventivo, investigar que fatores de
estilo de vida se relacionam com a agregação de fatores de risco biológicos das
DCV, elegendo-os, à posteriori, como alvos das estratégias de prevenção.

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