Resumo

Objetivo: Analisar a prevalência de sedentarismo, excesso de peso e insatisfação com a imagem corporal em adolescentes bem como os fatores associados. Métodos: Estudo transversal realizado com amostra representativa de adolescentes de 14 a 18 anos, matriculados no ensino médio, da rede pública de Florianópolis, SC. Foram coletadas informações sociodemográficas (sexo, idade, nível socioeconômico), antropométricas (massa corporal, estatura), percepção da imagem corporal (silhuetas real e ideal) e nível de atividade física (sedentarismo: < 300 minutos/semana). Resultados: A prevalência de sedentarismo foi de 25,4% (masculino: 21,9%; feminino: 27,1%, p = 0,177). No sexo feminino, encontrou-se que as adolescentes com baixo peso e aquelas que permanecem mais de 4 horas assistindo a televisão apresentaram, respectivamente, 2,69 e 2,25 vezes mais chance de serem sedentárias. A prevalência de excesso de peso foi de 13,9% (masculino: 13,6%; feminino: 14,1%, p = 0,860). Houve associação entre o excesso de peso e o nível socioeconômico, cujos adolescentes de condição econômica mais elevada (classe A) demonstraram 2,7 vezes mais chances de apresentarem excesso de peso em relação aos de baixo nível econômico (C+D+E). A proporção de adolescentes insatisfeitos com a imagem corporal foi de 65,5% (masculino: 72,6%; feminino: 61,8%, p < 0,001). Os resultados demonstraram ainda que 48,4% dos adolescentes do sexo feminino e 51,3% dos adolescentes do sexo masculino desejavam reduzir e aumentar a silhueta corporal, respectivamente. O IMC inadequado associou-se à insatisfação com a imagem corporal apenas nas moças (IC95%=1,35-3,43). As moças com excesso de peso apresentaram 11 vezes mais chances de insatisfação com a imagem corporal que as eutróficas. Conclusão: O sedentarismo em adolescentes é preocupante, pois atinge um em cada quatro adolescentes, neste sentido, sugere-se programas de atividade física nesta fase da vida. Em relação ao excesso de peso, atenção deve ser dada aos adolescentes, voltadas à orientação nutricional e atividade física, principalmente naqueles de elevado nível econômico. O estado nutricional foi um fator determinante na insatisfação corporal, principalmente, nas adolescentes do sexo feminino, pois àquelas com inadequação do estado nutricional apresentaram níveis de insatisfação diferentes daquelas com IMC adequado.


 

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