Resumo
Este estudo foi realizado para verificar a prevalência de sobrepeso/obesidade em adultos associado a variáveis socioeconômicas e demográficas no Brasil. Trata-se de um estudo transversal de base populacional de caráter secundário baseado nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003, realizada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A amostra consistiu-se de 81745 adultos com idade de 20 a 59 anos, excluído as gestantes, lactantes, e indivíduos para os quais não havia dados completos. Foram selecionados os indicadores socioeconômicos (escolaridade; renda per capita domiciliar; e Grandes Regiões) e demográficos (idade; sexo; e cor-raça). Sobrepeso foi definido como Índice de Massa Corporal (IMC): IMC > 25,00 < 30,00kg/m2, e obesidade como IMC ? 30,00 kg/m2. Foi realizada análise de regressão de Poisson, simples e múltipla. A prevalência de sobrepeso/obesidade encontrada na amostra total mostrou-se elevada (37,5%). No modelo final, ajustado por variáveis de confusão, indivíduos de 50 a 59 anos (RP=1,21, IC95%: 1,20;1,22, p<0,001), do sexo masculino (RP=1,01, IC95%: 1,01;1,02, p<0,000), da cor-raça negra (RP=1,01, IC95%: 1,00;1,02, p<0,009), escolaridade média (RP=1,02, IC95%: 1,01;1,02, p<0,001), renda alta (RP=1,09, IC95%: 1,08;1,10, p<0,001) e das Regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste (RP=1,02, IC95%: 1,01;1,03, RP=1,02, IC95%: 1,01;1,03 e RP=1,02, IC95%: 1,01;1,02, respectivamente) apresentaram maiores prevalências de sobrepeso/obesidade. A prevalência de sobrepeso/obesidade encontrada neste estudo demonstra os níveis epidêmicos atuais e a relevância que este problema tem assumido no mundo, representando assim, a relevância da adoção de ações estratégicas de saúde pública direcionada a população adulta no Brasil, à prevenção e ao manejo do sobrepeso/obesidade, visando conter tal situação.