Resumo

O ensino do esporte no Brasil sofre forte influência do modelo de alto rendimento desde a década de 1970. As conquista internacionais impulsionaram o aumento do número de praticantes no país. O modelo de ensino dos esportes, pautado sobretudo na valorização do gesto técnico e na fragmentação do jogo, sofreu fortes influencias desse período. Tendências atuais para o ensino do esporte, por outro lado, apontam para a importância da compreensão da dinâmica dos esportes, antes da especialização dos gestos técnicos. Surgiram ainda propostas de classificação dos esportes que apresentam uma organização das diferentes modalidades de acordo com a lógica interna, ou seja, as características comuns, que exigem dos jogadores uma atuação de modo específico durante sua prática. Atualmente, o documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) indica para a disciplina de Educação Física o ensino do esporte à partir de uma classificação elaborada com base na lógica interna, ou seja: marca, precisão, técnico combinatório, rede/quadra dividida ou parede de rebote, campo e taco, invasão ou territorial e combate. Partindo de reflexões sobre as tendências atuais da Pedagogia do Esporte para o processo de ensino-aprendizagem do tênis de campo e do voleibol, este trabalho tem por objetivo apresentar alguns apontamentos iniciais sobre as possibilidades de ensino dos esportes de rede/parede. Entende-se que, procedendo das classificações de esportes que propõem a organização desses a partir da lógica interna, é possível destacar elementos comuns para o ensino dessas modalidades na fase de iniciação, por meio de jogos que proporcionem aos alunos a compreensão da lógica tática e favoreçam a transferência de aprendizagem de uma modalidade para outra, no momento oportuno.

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