Primeiros Indicativos de Migração Esportiva no Contexto do Basquetebol Brasileiro (1965-1975)
Por Jeferson Roberto Rojo (Autor), Felipe Canan (Autor), João Paulo Melleiro Malagutti (Autor), Fernando Augusto Starepravo (Autor).
Em XV Congresso de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
Resumo: A migração esportiva é uma temática de estudos que vem sendo amplamente discutida na literatura internacional. Entre as possibilidades de pesquisa encontra-se a mobilidade de atletas de modalidades esportivas entre diferentes países, o que se convencionou denominar de migração transnacional, ou transcontinental quando se refere a países de continentes diferentes. No caso do basquete brasileiro, na última década, especificamente o Novo Basquete Brasil (NBB), conta com muitos jogadores dentre seu rol de atletas, oriundos de outras nacionalidades. Entretanto esse não é um fenômeno que surge apenas com a criação do NBB, anteriormente já houve outras competições com registros de estrangeiros, como é o caso da Taça Brasil de Clubes. Diante disso, o presente estudo, objetiva verificar quais os registros de atletas estrangeiros atuando no basquetebol brasileiro, desde a criação da Taça Brasil de Clubes. Para tanto, apropriou-se de uma pesquisa documental, a qual se baseou-se em diversos documentos, como arquivos da Revista Placar, sites de clubes, blogs especializados, entre outros. O recorte temporal dessa busca é referente aos anos após a 1965, data de criação da Taça Brasil de Clubes. Posteriormente, foram cruzadas as informações das fontes, elencando assim, uma série de jogadores que se enquadram nesse cenário de “pioneirismo” da migração esportiva no basquete brasileiro. Os resultados apontam que, já em 1965, o Flamengo contava com um jogador norte-americano em sua equipe. No ano de 1973, as fontes registram um mexicano no clube Sírio, dois argentinos e dois americanos no Palmeiras, além de mais um norte-americano Flamengo. Como conclusões, destaca-se que a migração esportiva para o basquete brasileiro não é um fenômeno recente. Desde o início da Taça Brasil de Clubes já há ocorrência de jogadores estrangeiros atuando no país, sendo que esses atletas em sua maioria eram norte-americanos (4 jogadores), ou seja, formados em uma “escola” de bons jogadores da modalidade. A partir disso, estabeleceu-se uma hipótese de que a principal motivação desta migração poderia ser o interesse dos clubes em reforçar suas equipes para disputar as competições daquele período, por se tratar de jogadores com grande qualidade técnica. Entretanto, salienta-se que o presente estudo se encontra em estágio inicial, o que reforça a necessidade de trabalhos posteriores para aprofundar em questões sobre a migração esportiva de estrangeiros para o basquete brasileiro.